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China reage a anúncio de Trump de aumentar tarifas: “Guerra comercial”

Trump anunciou que uma de suas primeiras medidas como presidente seria taxar em 10% os produtos provenientes da China

atualizado

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Bandeira da China
1 de 1 Bandeira da China - Foto: Getty Images

A China alertou nesta terça-feira (26/11) que “ninguém vencerá uma guerra comercial” e que permanece aberta ao “diálogo” depois que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu aumentar substancialmente as tarifas alfandegárias sobre mercadorias chinesas.

Nessa segunda-feira (25/11), o republicano anunciou que uma de suas primeiras medidas seria taxar em 10% os produtos provenientes da China, além dos impostos já em vigor. Mercadorias do México e do Canadá deverão ser taxados em 25%, segundo Trump.

“Estamos abertos a manter o diálogo e a comunicação”, disse Mao Ning, porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês, quando questionado se Pequim estava em contato com a equipe de Trump.

Em reação às ameaças do republicano de impor novas tarifas alfandegárias aos produtos chineses, mexicanos e canadenses, as bolsas europeias abriram em queda nesta terça-feira. Os investidores ainda tentam digerir as declarações de Donald Trump, que já confirmou as suas intenções de fortalecer a guerra comercial. No início do pregão, a Bolsa de Paris perdia 0,90%, Frankfurt 0,48%, Londres 0,29% e Milão 0,84%.

O anúncio das novas medidas é uma antiga promessa da campanha republicana. “Em 20 de janeiro, como uma das minhas primeiras ordens executivas, assinarei todos os documentos necessários para impor tarifas de 25% sobre todos os produtos que entram nos Estados Unidos, do México e do Canadá”, escreveu o presidente eleito em publicação em sua rede Truth Social.

“Este imposto permanecerá em vigor até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais parem esta invasão do nosso país”, acrescentou.

Numa outra publicação, ele anunciou um aumento das tarifas aduaneiras de 10%, que se soma a cobrança já existente, sobre “todos os numerosos produtos que chegam da China aos Estados Unidos”.

Trump prometeu taxas aduaneiras de até 60% para determinados produtos chineses, ou mesmo 200% sobre as importações de veículos do México. As leis americanas dão ao presidente as ferramentas necessárias para implementar essas mudanças por decreto, como ele já fez várias vezes durante o seu primeiro mandato, especialmente em relação ao aço e ao alumínio chineses e europeus.

“Made in China 2025”

Para enfrentar essa nova realidade de mercado, Pequim já reforça as suas relações comerciais com o Sul global e a Europa, a fim de reduzir a sua dependência do mercado americano. Isto envolve a assinatura de novos acordos comerciais e a participação em cúpulas internacionais destinadas a promover o comércio multilateral.

A China também pode mitigar o impacto da redução das exportações ao impulsionar a demanda interna. As políticas para aumentar os gastos dos consumidores e investimentos em projetos de infraestrutura são fundamentais para esta estratégia.

Há também a iniciativa “Made in China 2025”, que se concentra no avanço das indústrias de alta tecnologia para reduzir a dependência de tecnologia.

As empresas chinesas tentam se antecipar às novas taxas planejadas por Donald Trump, realocando a sua produção para outros países. A ideia é fabricar mais no Vietnã, na Malásia ou na Tailândia, para continuar exportando para os Estados Unidos, mas evitando assim a taxação.

Consequências mundiais

Os economistas alertaram que a imposição de tarifas punitivas por Trump sobre as importações dos parceiros comerciais dos EUA aumentaria a inflação na maior economia do mundo, uma vez que os custos recairiam pesadamente sobre os consumidores americanos. No entanto, isso também afetaria a economia global como um todo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que estas tarifas teriam impacto de reduzir o crescimento econômico global em 0,5%, o que poderia levar a uma recessão global.

A China e outros países afetados poderiam impor as suas próprias tarifas sobre os produtos dos EUA, o que poderia perturbar ainda mais o comércio global e a estabilidade econômica.

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