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China e Rússia acenam para aumento da relação militar em meio à guerra

Os dois países declararam, durante conferência nesta sexta-feira (30/12), que têm interesse em expandir cooperação militar estratégica

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SERGEI ILNITSKY/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vladimir Putin e Xi Jinping China Rússia
1 de 1 Vladimir Putin e Xi Jinping China Rússia - Foto: SERGEI ILNITSKY/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Durante conferência online transmitida nesta sexta-feira (30/12), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o chefe de Estado da China, Xi Jinping, reforçaram o interesse em expandir a relação entre as Forças Armadas dos dois países. O pronunciamento ocorreu um dia depois da Ucrânia registrar o maior ataque de mísseis desde o início da guerra entre Mouscou e Kiev, com 54 projetéis interceptados por militares ucranianos.

Putin e Xi não mencionaram o conflito durante a transmissão, mas destacaram que a aproximação dos governos é um marco para “a criação de uma ordem mundial justa” em meio a “pressões e provocações sem precedentes do Ocidente”. Em outros pronunciamentos públicos, representantes da Rússia e da China culparam os Estados Unidos e a Otan, aliados de Kiev, pela escalada da guerra, que já matou 6,8 mil civis ucranianos.

“Diante de pressões e provocações sem precedentes do Ocidente, defendemos nossas posições de princípios e defendemos não apenas nossos próprios interesses, mas também todos aqueles que defendem um sistema verdadeiramente democrático e o direito dos países de determinar livremente seu próprio destino”, declarou Putin.

O presidente da Rússia aproveitou o espaço para convidar Xi Jinping para uma visita à capital russa em 2023, como uma sinalização de proximidade das duas potências. “Essa viagem demonstrará ao mundo inteiro a força dos laços russo-chineses em questões-chave”, disse Putin ao aliado.

Putin reforçou ainda que os assuntos militares ocupam um espaço especial na relação bilateral entre os países, ao que Xi sinalizou positivamente. De acordo com o líder comunista, a China está disposta a “aumentar a cooperação estratégica com a Rússia”.

Pequim é um dos últimos parceiros que permanecem ao lado de Moscou diante da crescente do conflito e dos bloqueios financeiros internacionais, apesar do aliado soviético apresentar dificuldades para avançar no território inimigo nos últimos meses.

Em setembro deste ano, por exemplo, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, aconselhou Putin a deixar o conflito de lado e caminhar para um acordo de paz. A Índia foi uma das principais responsáveis por aliviar as contas da Rússia durante o embargo econômico mundial imposto ao Kremlin, com o aumento das compras de petróleo, carvão e fertilizante russos.

Xi Jinping também fortaleceu as relações econômicas com Putin nesse período, além de evitar declarações públicas que condenam as ações de Moscou. Por outro lado, até o momento, não deu suporte material às tropas russas para evitar complicações com outros países.

Maior ataque desde início da guerra

As declarações de Putin e Xi preocupam lideranças mundiais e organizações não governamentais que lutam pelo fim da guerra depois que a Ucrânia enfrentou, nessa quinta-feira (30/12), a maior tentativa de ataque de mísseis ao país desde o início do conflito.

Durante a investida, o exército de Kiev derrubou 54 de 69 mísseis iranianos enviados para destruir estruturas de energia na cidade, de acordo com Valeri Zaluzhni, comandante das Forças Armadas na Ucrânia.

Nos últimos meses, a Rússia adotou uma nova estratégia e tem feito ataques frequentes com mísseis iranianos do tipo Shahed, adquiridos no semestre passado, para prejudicar as centrais de energia elétrica do inimigo.

O plano russo afetou a vida de milhões de ucranianos que, perto das comemorações de ano novo, estão no frio e na escuridão.

(Com informações da AFP e da Reuters)

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