China deseja mediar crise no Níger após golpe militar
O governo da China anunciou, na última segunda-feira (4/9), o desejo de ser o mediador na crise do Níger, alvo de um golpe militar em julho
atualizado
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O governo da China anunciou, na última segunda-feira (4/9), a intenção de mediar a crise no Níger, que enfrenta um período de instabilidade após militares derrubarem Mohamed Bazoum e assumirem o poder no fim de julho.
A informação foi divulgada após uma reunião entre o enviado da China no Níger, Jing Feng, e o primeiro-ministro de transição do país africano, Ali Mahamane Lamine Zene.
O diplomata chinês enfatizou a posição da China de não interferir em assuntos internos de outros países, e disse que o país “está ao lado dos nigerinos nesta situação”. Jing Feng ainda destacou a importância de respeitar os países regionais no processo de negociação.
“O governo chinês pretende desempenhar o papel de mediador, com total respeito pelos países regionais, para encontrar uma solução política para esta crise no Níger”, disse.
O esforço diplomático da China em mediar a crise no país, alvo de sanções da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da União Europeia, mostra um crescente interesse chinês em ocupar vácuos geopolíticos para criar novos laços e fortalecer antigos. O período ainda coincide com um distanciamento de países africanos do Ocidente, principalmente da França.
No início deste ano, o país liderado por Xi Jinping foi responsável por mediar negociações entre Irã e Arábia Saudita, que reestabeleceram relações diplomáticas que haviam sido rompidas em 2016.