China aumenta número de armas nucleares em meio à tensão com Taiwan
Segundo relatório, China foi o país que mais expandiu seu arsenal de armas nucleares no último ano, indo de 410 para 500 ogivas
atualizado
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Em meio à constante ameaça de uma guerra pela retomada da ilha de Taiwan, a China aumentou o poder nuclear e foi o país que mais expandiu arsenal de armas de destruição em massa no último ano. Os dados são do último relatório divulgado pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri), lançado no último domingo (16/6).
Segundo a organização, o governo de Xi Jinping agora possui 90 novas ogivas nucleares, indo de 410 armas do tipo, no início de 2023, para 500 até janeiro de 2024.
Ao todo, a China investiu US$ 11,9 bilhões em armas nucleares durante 2023, segundo o último relatório da Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (Ican).
Apesar de aumentar o investimento, a China ainda ocupa a terceira colocação entre os nove países com maiores arsenais de armas nucleares ao redor do mundo.
Rússia e Estados Unidos lideram a corrida nuclear e possuem os maiores arsenais de armas capazes de destruir milhões de vidas em questão de segundos. A estimativa é que os dois países possuam, respectivamente, 5.580 e 5.044 armamentos do tipo.
Tensão com Taiwan
O aumento no arsenal nuclear chinês acontece na mesma medida em que as ameaças contra Taiwan crescem.
No último dia 23 de maio, o governo de Xi Jinping anunciou a realização de exercícios militares em torno da ilha, como uma “forte punição” contra “atos separatistas”.
A operação aconteceu dias após Lai Ching-te assumir a presidência de Taiwan e criticar as ações da China contra o estreito, governado de forma independente desde 1949.
Pequim, por sua vez, viu o discurso do presidente taiwanês como um ato “separatista”, e chegou a divulgar um vídeo mostrando como seria o ataque contra Taiwan durante a atividade militar.
Apesar de décadas de independência, a China nunca reconheceu a autonomia de Taiwan e há anos fala em retomar o controle da região por considerá-la área parte de seu território.
Além disso, a tensão ainda envolve os Estados Unidos, com diversas ameaças do governo Xi Jinping contra a aproximação entre Washington e Taipé.