1 de 1 A imagem mostra a bandeira da Rússia sob ceu com nuvens e um Sol brilhando atrás dessa - Metrópoles
- Foto: Kutay TanirGetty Images
Após seguidos sinais de que uma invasão militar estaria às vésperas de acontecer, a Rússia sinalizou, nesta segunda-feira (14/2), que o caminho diplomático para resolver a crise com a vizinha Ucrânia ainda tem chances de prosperar. O chanceler da diplomacia russa, Serguei Lavrov, avaliou que “há possibilidade” de “resolver os problemas”, mas que espera “contrapropostas sérias” de países ocidentais que tentam esfriar o clima.
A ofensiva da Rússia sobre a Ucrânia tem como principal objetivo reverter a aproximação do país vizinho com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos.
As negociações para evitar a invasão militar prometida estão sendo feitas pelas diplomacias de países como Alemanha e França, membros da Otan e interessados em evitar uma guerra no continente. O chanceler alemão, Olaf Scholz, está na Ucrânia neste início de semana e deu declarações pedindo para os russos aceitarem as “ofertas de diálogo”. Ele pretende seguir para Moscou e se encontrar com o presidente russo Vladimir Putin.
Também nesta segunda, chanceler Sergey Lavrov, participou de uma reunião televisionada com o presidente do país para falar publicamente sobre o embate diplomático com a Ucrânia.
“Acredito que nossas possibilidades estão longe de esgotadas”, disse Lavrov. “Eu proporia continuar e intensificá-las”. Em resposta, Putin disse: “Bom”.
A formalidade da reunião chamou a atenção dos espectadores, já que pareceu ter sido algo pré-programado e roteirizado.
Apesar da afirmação apaziguadora, em outro momento do encontro entre o presidente e o chanceler, Lavrov fez questão de enfatizar que apesar de acreditar que as alternativas não se esgotaram, crê que “não podem durar indefinidamente’. Ainda acrescentou que a Rússia estaria pronta para “ouvir contrapropostas sérias”.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
Poca/Getty Images
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
Kutay Tanir/Getty Images
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
Elena Aleksandrovna Ermakova/ Getty Images
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
Will & Deni McIntyre/ Getty Images
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Este é o momento mais tenso da disputa entre os dois países. A tensão teve início com a exigência do governo russo de que o Ocidente não aceite a adesão da Ucrânia à Otan.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nesta segunda-feira (14/2), o chanceler alemão, Olaf Scholz (foto em destaque), visitou Kiev, capital da Ucrânia, e fez novos alertas contra a Rússia. Ele foi recebido pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy. Os líderes conversaram por duas horas.
“Continuaremos a ajudar a Ucrânia a continuar essa operação política [de evitar a invasão] neste momento. Trabalhamos de forma confidencial e também com a Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, afirmou.
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