1 de 1 Separatistas pró-Rússia, em uniformes sem insígnias, são vistos em Donetsk na Ucrânia, controlada por separatistas pró-Rússia
- Foto: Stringer/Anadolu Agency via Getty Images
Os EUA estimaram, nessa quarta-feira (9/3), que entre 5.000 e 6.000 soldados russos foram mortos nas primeiras duas semanas da invasão à Ucrânia.
As autoridades norte-americanas classificaram as baixas como “muito significativas” e compararam a contagem com as perdas registradas em algumas batalhas da Segunda Guerra Mundial. O país não deu estimativa sobre feridos, mas, em regra, o total fica próximo de três vezes o número de mortos. Ou seja, de 15.000 a 18.000 soldados.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Getty Images
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Apesar das perdas, as forças russas ainda são capazes de cercar Kiev dentro de uma ou duas semanas, avaliam os EUA.
Acredita-se que milhares de civis e soldados ucranianos também foram mortos desde o início da invasão da Rússia, em 24 de fevereiro. Na cidade de Mariupol – onde um ataque aéreo atingiu uma maternidade nessa quarta-feira, ferindo pelo menos 17 pessoas – cerca de 1.200 pessoas morreram durante o cerco de nove dias da cidade pela Rússia. A informação foi divulgada pelo gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
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