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Celso Amorim diz que acordo para Ucrânia parte de “amigos da paz”

Celso Amorim, assessor de Lula, segue em Nova York para apresentar proposta de paz, elaborada por Brasil e China, para guerra na Ucrânia

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Presidente Lula e assessor especial da Presidência para assuntos internacionais Celso Amorim
1 de 1 Presidente Lula e assessor especial da Presidência para assuntos internacionais Celso Amorim - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Celso Amorim, ex-chanceler e assessor especial para assuntos internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (27/9) que o acordo para a guerra na Ucrânia proposto pelo Brasil e pela China é de “amigos da paz”.

Representantes diplomáticos do Brasil e da China fizeram nesta sexta, em Nova York (EUA), uma reunião de divulgação da proposta. “Eu fiz um resumo do que aconteceu. O documento é público, vocês vão ler. Eu acho que foi muito boa a conferência, não houve dissenso”, disse Amorim a jornalistas após a reunião, realizada na sede das Nações Unidas. O Brasil também foi representado pelo ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira.

Para Amorim, esse foi um “primeiro passo” e a continuação imediata vai ser no âmbito da própria ONU.

“Eu não quero entrar na especulação da futurologia. Mas eu realmente estou muito satisfeito, acho que nós queremos a paz. Isso realiza aquilo que o presidente Lula falou desde o começo. Levou a tempo, porque leva a tempo para as pessoas se convencerem de que outros caminhos não estão levando a lugar nenhum. Mas conseguimos e é só um grupo de amigos, de países amigos da paz. Não é amigos da Rússia, nem amigos da Ucrânia só. É amigos da paz”, afirmou o assessor.

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Lula e Celso Amorim

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Presidente Lula durante pronunciamento

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Questionado sobre a postura de Zelensky nesta semana, Amorim respondeu: “Não sei se ele está incomodando, não me falou, não percebi”.

Em discurso na Assembleia Geral da ONU na última quarta-feira (25/9), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, questionou o interesse do Brasil e da China na intermediação pela paz.

Zelesnky fez ataques diretos ao papel dos dois países, que se colocaram como intermediadores das negociações, alegando que tem dúvidas do “real interesse” dos dois países no fim do conflito.

“Vocês não aumentarão seus poderes à custa da Ucrânia. Os planos alternativos para acabar com a guerra na Ucrânia só dão mais espaço político para que a Rússia continue com a guerra”, destacou Zelensky.

Assessor de Lula diz que Rússia e Ucrânia serão parte do processo

O assessor de Lula disse que Rússia e Ucrânia serão parte do processo de negociação pelo fim do conflito, “quando o momento certo chegar”.

“Às vezes talvez tem que chegar esse momento e ainda não chegou. Mas ele vai chegar, nós estamos convencidos. E quando ele chegar, a gente vai dizer, olha, tem aqui um caminho para voltar a paz.”

Por fim, Amorim frisou que tanto ele quanto Lula já estiveram com Zelensky.

“Eu não vou ficar falando do Zelensky. Ele está lá. Eu fui a Kiev. Nós ouvimos os pontos de vista dele. Ano passado, o presidente Lula recebeu o Zelensky aqui. Já falou por vídeo com o Zelensky. Eu acho que eu já falei mais vezes com o Yermak [chefe de gabinete de Volodymyr Zelensky, Andrii Yermak] do que com qualquer outro ministro. Eu falei com o Yermak mais que com minha família.”

Proposta de paz

Em maio, os governos do Brasil e China firmaram uma proposta conjunta que defende uma resolução pacífica para o conflito entre Rússia e Ucrânia.

O texto pede uma desescalada nas tensões e prevê a realização de uma cúpula de paz com a presença dos dois países envolvidos na guerra.

A possibilidade do encontro é rechaçada pelo governo ucraniano. No início de setembro, em entrevista ao Metrópoles, o presidente da Ucrânia classificou como “destrutiva” a proposta. “A proposta da China e do Brasil é destrutiva. É apenas uma declaração política”, disse Zelensky.

“Como você pode oferecer: ‘Aqui está a nossa iniciativa’, sem nos pedir nada?”, questionou Zelensky. Ele disse ainda que procurou os dois países para discutir a iniciativa. A proposta dele é a retirada das tropas russas do território ucraniano e a restauração das fronteiras de 1991, além da responsabilização da Rússia por suas ações na guerra.

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