metropoles.com

Celac e UE divulgam nota contra guerra na Ucrânia; Nicarágua não assina

União Europeia pressionou por condenação mais explícita à invasão russa, mas declaração final expressou apenas “profunda preocupação”

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ricardo Stuckert/PR
EU-CELAC
1 de 1 EU-CELAC - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Os países participantes do encontro de cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), encerrado nesta terça-feira (18/7), em Bruxelas, conseguiram destravar os debates e publicar uma declaração conjunta com críticas à invasão russa da Ucrânia. O documento fala ainda sobre cooperação entre os dois blocos em campos como comércio, direitos humanos e combate às mudanças climáticas causadas pela emissão de gases tóxicos.

A questão da guerra da Ucrânia foi o que mais dificultou a feitura do documento e, ao final, a Nicarágua se recusou a assiná-lo por discordar de qualquer tipo de condenação à invasão russa. Os europeus lutaram por uma condenação mais explícita ao conflito e ao presidente russo, Vladimir Putin, mas a pressão de um grupo de países sul-americanos por uma declaração mais neutra baixou o tom do parágrafo 15 (de 41).

“Expressamos profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e está exacerbando as fragilidades existentes na economia global, restringindo o crescimento, aumentando a inflação, interrompendo as cadeias de abastecimento, aumentando a insegurança energética e alimentar e elevando os riscos à estabilidade financeira”, diz o documento, divulgado nesta terça-feira (18/7).

“Nesse sentido, apoiamos a necessidade de uma paz justa e sustentável. Reiteramos igualmente nosso apoio à Black Sea Grain Initiative [que trata da exportação de alimentos pela Ucrânia] e aos esforços do Secretáriado-Geral da ONU para garantir sua extensão. Apoiamos todos os esforços diplomáticos voltados para uma paz justa e sustentável, de acordo com a carta da ONU”, conclui o parágrafo.

Mais cedo, o presidente do Chile, Gabriel Boric, criticou países da região que resistiam a condenar a Rússia e colocavam em risco a declaração conjunta. “Acho que é importante que a América Latina diga claramente que o que está acontecendo na Ucrânia é uma guerra de agressão imperialista, inaceitável e que viola o direito internacional”, disse o chileno. “Compreendo que a declaração conjunta está travada hoje porque alguns não querem dizer que é uma guerra contra a Ucrânia. Hoje é a Ucrânia, mas amanhã pode ser qualquer um de nós”, seguiu Boric. Veja:

Cuba, Venezuela e mudanças climáticas

Os europeus, latino-americanos e caribenhos também se comprometeram em “cooperar para mitigar os efeitos adversos das alterações climáticas e da degradação ambiental, de acordo com o princípio da equidade e responsabilidades comuns mas diferenciadas e respetivas capacidades, face às diferentes circunstâncias nacionais”.

“Ressaltamos a importância de cumprir o compromisso dos países desenvolvidos em conjunto para mobilizar prontamente US$ 100 bilhões por ano para o financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento e dobrar o financiamento para adaptação até 2025”, diz ainda o documento.

Também houve críticas ao embargo econômico a Cuba, apoio ao processo de paz na Colômbia e incentivo a “um diálogo construtivo entre as partes nas negociações sobre a Venezuela”.

Veja a íntegra da declaração conjunta, em inglês.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?