Casal chileno comemora primeiro casamento gay da história do país
Projeto para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo no Chile foi aprovado em dezembro de 2021
atualizado
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Após mudanças na legislação chilena no fim do ano passado, nesta quinta-feira (10/3) dois homens gays se tornaram o primeiro casal do mesmo sexo a se casar legalmente no Chile.
Antes disso, a partir de 2015, apenas uniões civis entre casais homoafetivos eram reconhecidas, não casamentos.
Ao lado de seus dois filhos pequenos, Javier Silva e Jaime Nazar, que estão juntos há sete anos, casaram-se no cartório do Serviço de Registro e Identificação Civil do Chile, no bairro da Providencia, em Santiago, capital do país.
“Nunca imaginamos que este momento iria chegar no Chile. Que maravilhoso sentir que estamos vivendo a mudança e que somos partes dessa mudança, e que o futuro do Chile será muito melhor”, disse o noivo Jaime Nazar.
Após assinar os papéis, Javier Silva, marido de Jaime, disse que o momento “é um passo muito importante para o país”.
O ministro da Justiça, Hernán Larraín; a vice-secretária de Direitos Humanos, Lorena Recabarren; o diretor do Movimiento de Integración y Liberación Homossexual (Movilh), Rolando Jiménez; e a presidente da Fundación Iguales (grupo de direitos LGBTQIA+), Isabel Amor, foram alguns dos presentes na cerimônia.
Demanda de longa data
O projeto para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo entrou no Parlamento chileno em 2017, por iniciativa da então presidente Michelle Bachelet. O atual presidente (apenas até o dia 11 de março de 2022, quando Gabriel Boric toma posse), Sebastián Piñera, decidiu acelerar sua tramitação no Congresso, após um anúncio no dia 1º de junho de 2021.
Após dar seu apoio a várias organizações que lutam pelos direitos da comunidade LGBTQI+, a democrata-cristã Ximena Rincón, presidente do Senado, afirmou: “É essencial avançar na dignidade com o casamento igualitário, porque o amor não pode ser condicionado”.
No fim de 2020, o Congresso do Chile aprovou a medida, que foi sancionada rapidamente pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, conservador, mas defensor do tema.