Carlos Menem, ex-presidente da Argentina, morre aos 90 anos
O político, que governou o país durante a década de 1990, faleceu depois de passar vários dias internado em Buenos Aires
atualizado
Compartilhar notícia
Carlos Menem, ex-presidente da Argentina e atual senador pela província de La Rioja, morreu neste domingo (14/2), aos 90 anos. A informação é do jornal argentino Clarín. Ele estava internado há vários dias no Sanatório Los Arcos, no bairro portenho de Palermo, em Buenos Aires, com infecção urinária que se complicou e exigiu maiores cuidados, devido aos problemas cardíacos do parlamentar.
Menem presidiu a Argentina entre 1989 e 1999, sendo o político que governou o país por mais tempo de forma ininterrupta. Ele empreendeu uma administração que ficou conhecida como “menemismo”, que consistia em privatizações, abertura comercial e modificações nos serviços públicos.
Em sua primeira eleição, o país enfrentava uma hiperinflação e tentava controlá-la com a política de câmbio fixo (US$ 1 equivalia a 1 peso argentino).
Uma mudança na Constituição permitiu a reeleição de Menem. Quando ele deixou a Casa Rosada, em 1999, a Argentina já estava em recessão.
Ele ainda se candidatou à Presidência novamente em 2003 – venceu o primeiro turno, mas desistiu da disputa no segundo escrutínio, o que garantiu a vitória de Néstor Kirchner.
Advogado, Menem começou a trajetória política em 1973, como governador de La Rioja, sua província natal. Após o golpe militar de 1976, Menem foi preso e ficou cinco anos na cadeia.
Senador por La Rioja desde 2005, Menem foi ativo na política até o fim da vida. Durante a pandemia, ele chegou a participar de algumas sessões virtuais do Senado argentino. O estado de saúde, porém, vinha se deteriorando nos últimos meses.
Condenação
Em 2019, Menem foi condenado a 3 anos e 9 meses de prisão por fraude na venda de um imóvel na década de 1990. Segundo a Suprema Corte argentina, o ex-presidente desviou recursos públicos na transação comercial.
No entanto, ele acabou não sendo preso porque, para isso, teria de ser condenado também pelo Senado, o que não ocorreu.