Câmara dos EUA aprova projeto que suspende comércio com a Rússia
O projeto foi votado nesta quinta-feira (17/3) e segue para o Senado, onde deve ser aprovado na próxima semana
atualizado
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A Câmara dos Estados Unidos aprovou projeto de lei que suspende as relações comerciais com Rússia e Belarus. Essa é mais uma punição econômica pela invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro.
Ao todo, 424 deputados foram favoráveis. Oito votaram contra: os republicanos Chip Roy, do Texas; Tom Massie, do Kentucky; Lauren Boebert, do Colorado; Andy Biggs, do Arizona; Matt Gaetz, da Flórida; Dan Bishop, da Carolina do Norte; Marjorie Taylor Greene, da Geórgia; e Glenn Grothman, do Wisconsin.
O projeto foi votado nesta quinta-feira (17/3) e segue para o Senado, onde deve ser aprovado na próxima semana.
Na semana passada, a Casa Branca havia anunciado que mudaria o status de “nação mais favorecida” da Rússia, o que altera as relações comerciais entre os países.
“A designação de status de nação mais favorecida significa que dois países concordaram em negociar um com o outro sob os melhores termos possíveis – tarifas baixas, poucas barreiras ao comércio e maiores importações possíveis permitidas”, explicou o presidente dos EUA, Joe Biden, em pronunciamento na última sexta-feira (11/3).
EUA conversa com China
Amanhã (18/3), Joe Biden e Xi Jinping, presidente da China, falarão por telefone sobre a invasão russa à Ucrânia.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, o presidente norte-americano, Joe Biden, questionará Xi Jinping sobre o posicionamento chinês em relação à guerra em território ucraniano.
Em entrevista transmitida ao vivo de Washington, nesta quinta-feira (17/3), Psaki adiantou que sanções podem ser aplicadas contra a China caso o país repasse armas aos russos. “A China será responsabilizada por apoio à Rússia”, resumiu. Ela também frisou a importância do “alinhamento” entre os EUA e o gigante asiático.
Pequim se recusou a condenar sua aliada Moscou pela invasão da Ucrânia, e culpou a expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) pela escalada das tensões no Leste Europeu.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que os EUA não vão hesitar em aplicar “custos” à China por se recusar a punir a ação militar russa na Ucrânia e por, eventualmente, tomar ações que possam ajudar Moscou.
Clique aqui e leia a cobertura completa da cobertura da guerra na Ucrânia.
Biden voltou a criticar Vladimir Putin nesta quinta-feira. Desta vez, o norte-americano chamou o russo de “ditador assassino” e “bandido”
Na quarta-feira (16/3), o chefe da Casa Branca já havia dito que Putin é um “criminoso de guerra“. Na ocasião, o Kremlin reagiu e afirmou ser “imperdoável” e “inaceitável” a fala do presidente dos Estados Unidos.
Biden declarou que não está vendo a Rússia tomar nenhuma ação para diminuir os ataques. “Putin quer a devastação da Ucrânia. Ele está bombardeando hospitais, escolas… É muito triste. Os russos estavam mantendo pacientes e médicos reféns em Mariupol”, lamentou o chefe da Casa Branca.
Guerra chega ao 22° dia
O conflito na Ucrânia chegou ao 22º dia nesta quinta-feira. O país é alvo de bombardeios diário e vê cidades inteiras sendo dizimadas.
Durante participação em evento comemorativo do Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, o presidente norte-americano falou que “Putin promove uma guerra imoral”. A crítica mais acentuada ocorre após a morte de um cidadão americano no conflito.
Depois, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reafirmou o discurso e disse que o Exército russo, a mando de Putin, está cometendo crimes de guerra na Ucrânia.
Em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Blinken acusou a Rússia de usar “fantoches” para acentuar o conflito. “Crimes de guerra estão sendo cometidos pela Rússia”, afirmou com veemência.
Os norte-americanos estão reunindo os possíveis crimes numa espécie de dossiê, adiantou o secretário de Estado. “Especialistas dos EUA estão documentando e avaliando possíveis crimes de guerra na Ucrânia”, resumiu.
No pronunciamento, Blinken confirmou que um cidadão americano morreu na Ucrânia. Ele foi morto durante um ataque russo em Chernihiv, no norte do país. Ao todo, 50 pessoas perderam a vida no ataque.
Acordo de paz
Na manhã desta quinta-feira, russos e ucranianos retomaram, por videoconferência, a reunião que discute os pontos de um possível cessar-fogo. Simultaneamente, o líder russo convocou o gabinete ministerial para uma reunião.
As movimentações político-diplomáticas em torno da guerra na Ucrânia continuam pressionando os governos ao redor do mundo, no 22º dia de conflito. Negociadores da Rússia e da Ucrânia tentam entrar em consenso em três pontos: militar, político e humanitário.
O mundo acompanha com atenção as conversas, que ganharam mais fôlego após a divulgação do que seria um esboço para o acordo de paz.