1 de 1 Kharkiv bombardeada
- Foto: Andrea Carrubba/Anadolu Agency via Getty Images
A Câmara dos Deputados norte-americana aprovou, no final da noite de quarta-feira (9/3), uma lei que permite o repasse de US$ 13,6 bilhões para ajudar a Ucrânia na guerra contra a Rússia, que chega ao 15º dia nesta quinta (10/3).
A aprovação do maior montante de ajuda financeira que o mundo ofereceu até agora para os ucranianos contou com votação massiva de aliados do presidente Joe Biden, os democratas, e também dos opositores republicanos, mostrando que o apoio à Ucrânia é consensual entre os políticos dos EUA.
O montante, que corresponde a quase R$ 70 bilhões, será enviado para o governo ucraniano financiar as forças armadas e outros gastos com a guerra. Parte da verba será destinada, segundo os EUA, para ajuda humanitária, reforma de infraestrutura afetada pela guerra e combate à desinformação.
Do total, porém, US$ 3 bilhões seriam para financiar as tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que se mobilizam na Europa como reação à guerra iniciada pelos russos em 24 de fevereiro.
A Câmara dos EUA também aprovou a proibição de importação de petróleo, gás natural e carvão russos para o país, medida que foi anunciada por Biden, mas precisa passar pelo Congresso. O placar foi de 414 votos pela aprovação e 17 contra, dois dos quais vieram de parlamentares do Partido Democrata de Biden.
Dinheiro do FMI
Ainda na noite de quarta, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um financiamento emergencial de US$ 1,4 bilhão para gastos urgentes e mitigação dos impactos econômicos da guerra.
A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
Vostok/ Getty Images
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
Pessimismo americano
O governo de Joe Biden fez alertas na quarta sobre como devem ser os próximos passos da guerra na Ucrânia. A tendência é que o conflito recrudesça e que a Rússia use até mesmo armas químicas, segundo os americanos.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta quarta que o Exército russo teria à disposição esse tipo de artefato para atacar em breve.
“Todos nós devemos estar atentos para que a Rússia possivelmente use armas químicas ou biológicas na Ucrânia, ou crie uma operação de bandeira falsa usando-as. É um padrão claro”, salientou.
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