Calor extremo nos Estados Unidos está matando até os cactos
Cactos, que são plantas adaptadas ao calor e à aridez, estão morrendo por sufocamento e desidratação nos Estados Unidos
atualizado
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Tá tão quente que nem os cactos estão suportando… E não é meme. Altas temperaturas recordes no Arizona, estado no Sudoeste dos Estados Unidos, combinadas com a falta de monções sazonais, fizeram vítimas até então improváveis.
Os icônicos cactos saguaro, no Desert Botanical Garden, ficaram “altamente estressados” por conta do calor absurdo e não estão resistindo mais.
De acordo com a diretora científica Kimberlie McCue, um saguaro aparenta estar “bastante normal” ou se apresenta um pouco mole antes de desmoronar repentinamente, porque apodreceu de dentro para fora devido ao estresse relacionado ao calor.
Cactos chegaram ao limite do calor
Todos os anos, em fevereiro, o Desert Botanical Garden faz um inventário dos cactos saguaro da região. Os especialistas avaliam a condição de cada um. Desde 2020, quando as temperaturas recordes causaram estresse em muitos destes cactos, a equipe viu mais saguaros do jardim morrerem.
Os recordes de calor atuais estão levando alguns dos cactos, já afetados anteriormente, ao limite. Na condição extrema em que se encontram, eles acabam perdendo membros e depois desmaiam, em uma situação irreversível para o vegetal. “Os saguaros são lindamente adaptados ao calor e à aridez, mas têm seus limites”, disse McCue.
Conhecidos como Sentinelas do Sudoeste, estes enormes cactos saguaro podem viver até 200 anos e crescer até 12 metros de altura. Segundo especialistas, eles são bem adaptados a viver no calor do deserto.
Cactos mortos por sufocamento
Os especialistas detalham que o calor em Phoenix estressa e sufoca o cacto, que começa a ficar desidratado. Na hora em que deveriam exercer suas funções essenciais à noite – momento em que abrem seus estômatos, ou poros, e realizam uma troca gasosa – eles não conseguem absorver o dióxido de carbono que usam para fotossintetizar durante o dia. Isso os torna mais suscetíveis a infecções e insetos.
Análise recente da Climate Central mostrou que Phoenix é uma das nove cidades dos EUA onde ao menos 1 milhão de pessoas vivem em bairros que atingem cerca de 5 °C mais altos do que as áreas circundantes.