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Brics: Maduro pede que Lula comente veto à Venezuela e ataca Itamaraty

Após criticar a diplomacia brasileira, Maduro afirmou que prefere “esperar que Lula diga o tenha que dizer”

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Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro conversando com presidente Lula, no palácio do Itamaraty - Metrópoles
1 de 1 Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro conversando com presidente Lula, no palácio do Itamaraty - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente venezuelano Nicolás Maduro afirmou que o “Itamaraty tem sido um poder dentro do poder no Brasil. Segundo ele, uma chancelaria que sempre conspirou contra a Venezuela. É uma chancelaria muito vinculada ao departamento de Estado dos Estados Unidos”. A declaração foi feita na noite dessa segunda-feira (28/10), durante o programa semanal do venezuelano.

Maduro fez as polêmicas declarações ao explicar o que teria motivado o Brasil a vetar a entrada da Venezuela no bloco econômico do Brics, cuja cúpula aconteceu semana passada na cidade russa de Kazan.

O presidente garantiu que a vice-presidente Delcy Rodríguez e o chanceler venezuelano Yvan Gil teriam conversado com o Itamaraty. “Nestas conversas em privado, eles (a diplomacia brasileira) diziam que não vetavam a Venezuela. Mantiveram (a afirmação) uma, duas, três, quatro vezes. O chanceler do Brasil, Mauro Vieira, me disse: ‘presidente Maduro, o Brasil não veta a Venezuela’”.

Segundo Maduro, então “apareceu um funcionário brasileiro chamado Eduardo Saboya, de obscuro e triste passado bolsonarista, muito questionado no Brasil, que afirmou de maneira direta que o Brasil veta a Venezuela e exerceu um poder de veto imoral, inexplicável e negado aos princípios da Celac [Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos] e da Unasul [União de Nações Sul-americanas]”.

Após criticar a diplomacia brasileira, Nicolás Maduro afirmou que prefere “esperar que (o presidente) Lula observe e ele, como chefe de Estado, em seu momento, diga o tenha que dizer”.

Perda de confiança

Semana passada, o assessor especial para a presidência do Brasil, Celso Amorim, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou que a entrada da Venezuela no Brics “não é uma questão de regime político. É uma questão de perda de confiança”, em referência à falta de transparência na eleição presidencial de julho passado, quando o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a reeleição de Nicolás Maduro sem ter apresentado as atas que comprovem a vitória do atual presidente, que está no poder desde 2013.

Pouco tempo após a posse do presidente Lula, a Embaixada do Brasil em Caracas foi reaberta. Em fevereiro deste ano, a diplomata Glivânia Oliveira tomou posse como embaixadora do Brasil na Venezuela, restituindo as relações entre Caracas e Brasília.

A representação diplomática do Brasil na Venezuela havia sido fechada, em 2020, por ordem do então presidente Jair Bolsonaro, motivada por divergências políticas. Já em 2018, o então embaixador brasileiro Ruy Pereira precisou deixar a Venezuela após ter sido considerado persona non grata pelo governo de Nicolás Maduro.

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