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Brasilienses integram grupo que assediou jornalista russa na Copa

O servidor público Sandy Assis Andrade pode sofrer punições no Conselho Federal de Enfermagem, onde trabalha

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Brasilienses integram grupo que assediou jornalista russa na Copa
1 de 1 Brasilienses integram grupo que assediou jornalista russa na Copa - Foto: REPRODUÇÃO

Um morador de Brasília integra o grupo de 14 homens que assediou uma jornalista russa na terça-feira da semana passada (19/6), em Moscou, durante a Copa do Mundo 2018. O servidor do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) Sandy Assis Andrade (foto em destaque) pode, inclusive, ser punido. A entidade tomou conhecimento do caso e abriu uma sindicância para apurar o episódio.

No vídeo que ganhou o mundo, a correspondente do IG Esporte Barbara Gerneza filmava os brasileiros, quando eles começaram a cantar um funk sobre sexo oral em mulheres.

Apesar de falar e escrever português, a repórter não tem fluência no idioma e, na hora, não conseguiu compreender a letra ofensiva direcionada a ela. Um dos torcedores, identificado como Fred, ainda tentou beijá-la na boca, mas a jornalista se esquivou e foi beijada no rosto.

Assista:

 

Sandy está de férias na Rússia acompanhado do empresário Fernando Guisilin Cordeiro. Na hora em que o grupo canta a música, Fernando não está enquadrado na imagem. Ele aparece apenas no fim do vídeo, de óculos escuros e usando camisa polo branca da Seleção Brasileira. Por isso, não é possível saber se ele também zombou da jornalista. Até pouco tempo atrás, Fernando era proprietário de uma empresa de venda de equipamentos hospitalares, mas a vendeu.

Algazarra em condomínio
Sandy e Fernando levaram para a Rússia um comportamento já conhecido por moradores do Edifício Balzac II, na 303 Norte. Eles se mudaram do prédio há cerca de 3 meses, após vizinhos reclamarem da quantidade de festas que os dois faziam nos apartamentos então alugados por eles. Os imóveis ficavam no terceiro e no quinto andares. “Era algo inconcebível. Faziam festa toda semana, com som nas alturas. Uma falta de respeito com o próximo…”, disse um dos moradores.

No livro de ocorrências do condomínio, há várias reclamações contra os dois. Um outro vizinho comenta que eles eram arrogantes quando alguém lhes chamava a atenção. “Entendo ser normal de vez em quando receber amigos em casa e ficar conversando até mais tarde, mas eles faziam festas com som no último volume durante a semana. Chegou uma hora que ficou insustentável a convivência”, relatou.

Diante de tantas queixas, o síndico do bloco notificou e multou os dois várias vezes, até que finalmente Sandy e Fernando decidiram se mudar do local.

Repúdio
Ao identificar um de seus funcionários no grupo, o Conselho Federal de Enfermagem publicou nota afirmando “abominar e repudiar qualquer discriminação e desrespeito”. Também ressaltou que “adotará providências cabíveis para apuração da conduta”.

O Metrópoles tentou falar com Sandy e Fernando, mas os dois bloquearam suas contas nas redes sociais.

Outros casos
O repulsivo episódio envolvendo a repórter russa não se trata de um caso isolado. Desde o início da maior competição de futebol do planeta, brasileiros foram flagrados tripudiando de mulheres russas. Em um dos casos, turistas do Brasil cercaram uma jovem e a fizeram repetir frases relacionadas ao seu órgão sexual, sem a vítima compreender o real significado das palavras que dizia.

Três torcedores envolvidos – Luciano Gil Mendes Coelho, Diego Jatobá e Eduardo Nunes – já foram denunciados e podem responder criminalmente na Rússia.

Em outro episódio, uma jornalista da agência alemã Deutsche Welle, Julieth González Therán, foi beijada à força e apalpada no seio enquanto fazia uma transmissão sobre a abertura da Copa do Mundo. O agressor não foi identificado.

Além disso, na quarta-feira da semana passada (20/6), Felipe Wilson, um funcionário brasileiro da companhia aérea Latam, foi demitido após ter feito um vídeo pedindo para mulheres repetirem a frase “eu quero dar a boceta para vocês”.

Práticas semelhantes foram adotadas por torcedores colombianos e argentinos, provocando até uma manifestação de repúdio do Ministério das Relações Exteriores em Bogotá (capital da Colômbia). “Convidamos os compatriotas que levam a camisa tricolor e representam milhares de colombianos no Mundial da Rússia a fomentar o respeito e rechaçamos os maus comportamentos”, disse a pasta.

Mas os problemas não ficam circunscritos ao machismo praticado contra mulheres. Outro brasileiro, Lucas Marcelo Andrade, usou a barreira do idioma para zombar de um jovem estrangeiro: ele gravou o rapaz repetindo frases como “Eu dou para o Neymar” e “Eu sou um filho da p…”.

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