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Brasiliense preso em Londres por tráfico de drogas é inocentado

Shawi Attiê foi detido com seis acusados, mas foi absolvido pela Justiça britânica. Quadrilha fazia delivery de entorpecentes na Inglaterra

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Um brasiliense de 30 anos foi absolvido da acusação de tráfico de drogas em Londres, na Inglaterra, após ser envolvido em uma quadrilha investigada pela polícia britânica. O administrador de empresas Shawi Attiê chegou a ser preso, mas, até agora, foi o único dos sete acusados a ser inocentado pela Justiça inglesa. Quatro pessoas foram condenadas e outras duas aguardam o veredito final.

De acordo com a sentença, o administrador não tinha conhecimento do esquema montado pelos amigos. O julgamento ocorreu em 20 de março, mas apenas nesta semana o tribunal inglês confirmou o resultado.

Morador de Cristalina (GO), Attiê estava na Inglaterra, onde foi estudar e passou a morar. Ele estava no Reino Unido há pelo menos um ano quando foi detido com os demais acusados. O rapaz ficou preso por três meses até enfrentar o julgamento que o inocentou.

O pai do empresário, Willian Attiê, disse à reportagem ter se sentido aliviado. “Sempre acreditei na inocência de meu filho. Infelizmente, ele estava em local errado, com a pessoa errada, na hora errada”, afirmou ao Metrópoles. O brasiliense decidiu retornar ao Brasil e deve embarcar de volta nos próximos dias.

Outros brasileiros também foram presos pela polícia de Londres no mesmo caso. Suellen Miguez, 34, Carlos Libardi da Silva, 33, Bernardo Salles, 25, e Isabella Braga da Silva, 21, foram condenados e devem cumprir pena na Inglaterra. Segundo os investigadores, os jovens montaram uma operação que prometia aos clientes da capital britânica a entrega de drogas em até 10 minutos após o pedido.

“Delivery”
De acordo com a promotoria, o esquema alugava imóveis por meio do aplicativo AirBnB durante alguns dias para atuar como centros de distribuição de drogas. Os bunkers eram abastecidos diariamente com entorpecentes oriundos de depósitos de várias localidades da capital britânica.

Além da estrutura física, a quadrilha também contratou uma frota de motociclistas e pagava uma taxa de 15 libras esterlinas – cerca de R$ 75 – por hora de trabalho e 5 libras (R$ 25) extras para cada entrega de pedido feito via WhatsApp. A distribuição alcançava os principais bairros do centro de Londres.

Os clientes podiam encomendar a partir de um menu que incluía heroína, cocaína, speed (droga similar à anfetamina), MDMA e maconha. O que não era vendido voltava ao depósito no fim do dia. De acordo com a Corte inglesa, os traficantes movimentaram mais de 2,4 milhões de libras – aproximadamente R$ 12 milhões – entre abril e dezembro de 2018. Apenas em estoque, a polícia encontrou um valor estimado de 3 milhões de libras – R$ 15 milhões.

“Este caso diz respeito a uma rede sofisticada de cidadãos brasileiros que estiveram envolvidos, até as suas prisões no verão do ano passado, no negócio altamente lucrativo de fornecer drogas em Londres. O esquema foi executado em linhas de negócios modernas, usando a tecnologia mais atualizada. Não foi nada menos que um serviço de entrega de drogas de alta tecnologia operando aqui em Londres”, resumiu o procurador Peter Finnigan, responsável pela denúncia.

Os envolvidos respondem por sete crimes previstos na legislação britânica, entre eles, conspiração para fornecer drogas, ocultação de provas e tráfico internacional. Ainda não há a definição das penas dos brasileiros condenados pelo fato de o júri não ter sido finalizado. Contudo, se somadas, elas podem chegar a mais de 100 anos de detenção. A data para o fim do julgamento ainda não foi definida.

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