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O que dizem militares brasileiros em base da ONU atacada por Israel

Correspondências diplomáticas obtidas pelo Metrópoles mostram relatos de brasileiros na Unifil sobre a intensificação da violência no Líbano

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1 de 1 Imagem colorida mostra militares da Unifil no Líbano - Metrópoles - Foto: Divulgação/Unifil

Brasileiros que integram a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) relataram os momentos que antecederam a escalada de violência no país, no fim de setembro, envolvendo forças de Israel e o Hezbollah.

As informações constam em correspondências diplomáticas entre a embaixada brasileira em Beirute e representações do Brasil no Oriente Médio, obtidas pelo Metrópoles através da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Dias antes da escalada de violência no Líbano, o contingente brasileiro da Unifil informou à embaixada do Brasil que a atuação das Forças de Defesa de Israel (FDI) ainda não parecia ter alcançado os objetivos desejados contra o Hezbollah.

Como exemplo, militares citaram um “ataque preventivo” de Israel realizado em 25 de agosto. Na época, o exército israelense alegou ter atingindo diversos pontos cruciais da estrutura militar do Hezbollah com mais de 100 caças.

Apesar da dura ação, as tropas do Brasil revelaram que a ofensiva “pouco afetou a capacidade de atuação do Hezbollah”, que desde 2023 realiza ataques contra posições israelenses na fronteira do Líbano em apoio ao Hamas.

Os ataques cibernéticos contra pages e walkie-talkies utilizados por membros do Hezbollah foram o ponto de partida para a intensificação da tensão no país. As ações deixaram 39 mortos, milhares de feridos e marcaram uma “nova fase da guerra” para Israel. 

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Eles são fabricados pela empresa Gold Apollo, registrada em Taiwan
Dispositivos teriam explodido após baterias superaqueceram
Características dos aparelhos destruídos se assemelham ao modelo vendido pela empresa de Taiwan
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Um dos modelos de pagers que explodiram no Líbano

Divulgação/Gold Apollo
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Eles são fabricados pela empresa Gold Apollo, registrada em Taiwan

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Dispositivos teriam explodido após baterias superaqueceram

Reprodução/Telegram
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Características dos aparelhos destruídos se assemelham ao modelo vendido pela empresa de Taiwan

Reprodução/Telegram

Em telegrama transmitido pela Embaixada do Brasil em Beirute, no dia 23 de setembro, militares brasileiros na Unifil informaram que a partir do ataque inédito “as alterações armadas entre a agremiação xiita [Hezbollah] e o Tshal [Forças de Defesa de Israel] marcaram-se pelos altos níveis de violência e mobilizações de veículos aéreos”.

Além de endurecer as investidas aéreas, Israel iniciou uma invasão terrestre no Líbano após os episódios. A principal justificativa do governo israelense para os ataques é a neutralização do Hezbollah e a garantia de moradores do norte de Israel, que foram deslocados após o grupo xiita iniciar uma série de ataques na região no último ano.

Desde então, mais de 1,3 mil pessoas morreram no país, segundo informações do Ministério da Saúde libanês.

Entre as mortes estão quadros importantes do Hezbollah, como o ex-secretário-geral do grupo, Seyyed Hassan Nasrallah.

Unifil atacada

Os relatos obtidos pela reportagem são de brasileiros lotados na Unifil, missão de paz da ONU que atua no Líbano desde a década de 70. Apesar do status diplomático, o exército de Israel iniciou uma série ataques contra a base da ONU no último dia 10 de outubro. 

Comunicados da Unifil mostram que ao menos quatro ataques contra instalações da missão da ONU foram atacadas com tanques e disparos de soldados do exército israelense.

Em meio aos ataques que violam o direito internacional, o governo de Israel pediu que a missão de paz retire seus militares do Líbano, e acusou o Hezbollah de utilizar a Unifil como “escudos humanos”. O pedido, no entanto, foi rejeitado.

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