Quem são as brasileiras desaparecidas após ataque do Hamas
Duas brasileiras continuam desaparecidas após o ataque do grupo extremista Hamas a Israel, no último fim de semana
atualizado
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O quarto dia seguido de conflito entre Israel e Hamas, nesta terça-feira (10/10), começou com um ataque em larga escala contra integrantes do grupo extremista na Faixa de Gaza. Os ataques reacendem as dúvidas sobre o desaparecimento de brasileiros na região. Duas continuam desaparecidos.
As autoridades procuram pistas sobre Celeste Fishbein, 18 anos; e Karla Stelzer Mendes, 41. A lista inicial de brasileiros desaparecidos ainda elencava os nomes de Ranani Glazer, 24; Bruna Valeanu, 24; e Rafael Zimerman, 27. Os dois primeiros tiveram a morte confirmada; o terceiro está hospitalizado.
Karla tem um filho de 19 anos e participava da mesma rave que Zimerman. Já Celeste Fishbein estava na casa do namorado em Gaza, não é localizada desde as 11 horas (horário local) do último domingo (8/10).
A carioca Bruna Valeanu, de 24 anos, mudou-se para Israel em 2015. Atualmente, fazia Comunicação e Sociologia/Antropologia na Universidade de Tel Aviv. Ela também foi foi instrutora de tiro das Forças de Defesa de Israel, entre 2018 e 2020. A família confirmou a morte dela nesta terça-feira (10/10).
Integrante da lista preliminar de desaparecidos, Ranani Glazer teve sua morte confirmada. Ele foi vítima dos ataques do grupo Hamas à rave Universo Paralello, que ocorria perto da Faixa de Gaza. Amigos do jovem informaram seu desaparecimento, após terem fugido com ele; horas depois, autoridades encontraram o corpo do rapaz, já sem vida.
Rafael Zimerman foi encontrado e apresenta quadro clínico estável, apesar de ter sido resgatado em estado de choque, após atingido por estilhaços de granadas. Ele estava no mesmo festival que o amigo Glazer. Eles estavam juntos em um abrigo que foi atacado, e Zimerman conseguiu fugir ao lado da namorada de Glazer, Rafaela Treistman.
Brasileiras desaparecidas em meio à guerra
Mais de 100 mil soldados israelenses cercam a Faixa de Gaza, após os ataques do grupo Hamas, no último sábado (7/10). A guerra entre Israel e Hamas entrou em seu quarto dia, com um saldo de 1,5 mil mortos confirmados até agora. Os feridos já passam de 4,5 mil. O Hamas teria mais de 100 reféns e ameaçou matar um deles a cada contraofensiva; Israel convocou 300 mil reservistas, além de ter encontrado 1,5 membros mortos do Hamas.
O Movimento de Resistência Islâmica é um grupo radical que foi financiado pelo Irã, cujo objetivo oficial seria “garantir a libertação dos palestinos e lutar pelo fim de Israel”. O líder do Irã, Ali Khamenei, chegou a chamar o país de “câncer”. O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em 2007, quando jurou destruir os inimigos.
O grupo fez um ataque-surpresa no último sábado (7/10), em que lançou 5 mil foguetes, segundo o Hamas. De acordo com o governo, foram 2 mil disparos.
O estatuto do Hamas inclui Israel como território palestino e define a Palestina como terra islâmica, não judia. O grupo, criado com o início dos conflitos na Faixa de Gaza, é considerado antissemita, pois também ataca os judeus enquanto povo.
A Faixa de Gaza é um dos territórios mais conflituosos do mundo, palco de uma disputa que se estende desde 1967, quando Israel invadiu a Cisjordânia e a Faixa, na terra que antes era conhecida como Palestina — local também muito associado ao “lar original” dos judeus, na Bíblia.
O território de 41 quilômetros de comprimento e 10 quilômetros de largura faz fronteira com Egito, Israel e Mar Mediterrâneo, e abriga cerca de 2,3 milhões de pessoas. Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), 80% da população da Faixa de Gaza depende da ajuda internacional, e 187,5 mil deixaram suas casas na região.