Brasileira relata drama de moradores de Orlando por causa de furacão
Ao Metrópoles, Faedra Horner diz que as orientações do governo são que as pessoas deixem a cidade e procurem abrigo em locais próximos
atualizado
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Os postos de gasolina estão vazios, os supermercados quase não têm mais suprimentos. As ruas de Orlando, nos Estados Unidos, estão desertas. A previsão de que o furacão Matthew chegue à Flórida, nesta quinta-feira (6/10), com ventos de até 209 quilômetros, fez moradores e turistas deixarem o local. O governador da Flórida, Rick Scott, emitiu um comunicado pedindo que as pessoas saiam das suas casas e procurem um abrigo no interior do estado. Ele emite mensagens pela televisão a cada 2 ou 3 horas.
Após a primeira ventania, a orientação é que as pessoas não saiam dos lugares seguros, permaneçam dentro do banheiro ou closet, onde não tenha janelas. Além disso, passou um número para que as pessoas peçam socorro via mensagem. Os parques da Walt Disney em Orlando fecharam as portas às 17h desta quarta-feira (5), pela quarta vez na história desde que foram fundados, em 1971. Eles só devem ser reabertos na nesta sexta-feira (7). O SeaWorld também fechou às 14h desta quinta.A corretora de imóveis Faedra Horner, 36 anos, saiu de Brasília para morar nos Estados Unidos há 14 anos e está há três em Orlando. Casada, ela tem dois filhos. Faedra diz que sua família nunca passou por situação similar. Ela, o marido e os filhos saíram de Orlando e estão em Punta Gorda, a duas horas da cidade, perto de Tampa. “Moro em Orlando, mas ontem (quarta) à tarde, vendo o desespero das pessoas, os postos de gasolina com filas, resolvemos sair da cidade. Temos vários amigos que foram para hotéis em outros lugares também”, contou à reportagem do Metrópoles.
Segundo ela, as prateleiras dos mercados estão vazias, pois os moradores começaram a estocar comida para passar pelo menos três dias com suprimentos. “As instruções são estocar água, alimentos, carregar celulares e eletrônicos, pois poderá ser a única forma de comunicação, se faltar luz. Temos que nos preparar para ficar três dias ou mais sem sair de casa”, contou.
Durante a tarde, os moradores, mesmo nos lugares distantes, começaram a colocar sacos de areia nas portas das casas para evitar a entrada de água. “Estamos com medo. Viemos para outra cidade, mas não sei se vou chegar na minha casa no sábado (8) e ver tudo destruído. Peguei todos os documentos: passaportes, seguro da casa, porque se algo acontecer, precisam da apólice para que eles paguem a reconstrução da nossa casa”, relatou Faedra.
Voos cancelados
A aproximação do furacão Matthew no estado da Flórida, nos Estados Unidos, fez companhias aéreas cancelarem voos entre o Brasil e o país norte-americano. O voo da American Airlines que sairia de Brasília para Miami às 22h desta quarta-feira (5) foi cancelado por conta das condições do tempo no estado da Flórida. De acordo com a Inframerica, empresa que administra o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, o voo desta quinta (6), que decola no mesmo horário, por enquanto, ainda está mantido.
O furacão Matthew passou pelo Haiti e deixou ao menos 108 mortos, segundo o ministro do Interior do país, François Anick Joseph. Anteriormente, o número oficial de mortos era de 23 mortes por causa da tempestade no país. Na vizinha República Dominicana, outras quatro pessoas perderam a vida. Colômbia e São Vicente e Granadina registraram, cada um, uma morte.