Brasileira: “Passei por muitos furacões, mas nunca como este Milton”
Professora mora em cidade da Flórida, por onde furacão vai passar. Preocupações passam por energia, água e disponibilidade de alimentos
atualizado
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Brasileira morando na Flórida há 30 anos, a professora de zumba Sandy Bellino está apreensiva com a passagem do furacão Milton na cidade de Sarasota, na Flórida, nos Estados Unidos, onde reside. Ela externou ao Metrópoles preocupação com a segurança, falta de energia e possível desabastecimento de alimentos.
Bellino afirmou que onde mora a evacuação de casa não é uma determinação do governo local, mas mesmo assim está preocupada. “Já passei por muitos furacões, mas nunca como este Milton, de categoria 5, direto aqui na gente. Eu sempre fiquei em casa [na passagem de outros furacões], não estou na zona mandatória para sair”, explicou.
A opção de ficar em casa tem dois motivos. Bellino afirmou que os sogros moram na cidade e não querem sair da própria residência e por que não há alerta para enchente. No entanto, a preocupação é com o vento.
Brasileira relata expectativa por furacão
Água na banheira
“Eu não tenho janelas de madeira, o vento, se arrebentar o vidro, pode fazer com que a água entre na casa. Nunca aconteceu, mas este [furacão] está bem preocupante”, explicou.
Para passar pelo evento climático extremo, Bellino afirmou que se preparou, conforme orientação das autoridades, reservando água na banheira e na piscina, para uso geral, e em outros recipientes, para beber, e também reforçando o estoque de alimentos. No entanto, em casa de falta de energia, a comida pode perder.
“Se perder energia por dois ou três dias, uma semana, pode perder a comida”, diz ela, mesmo afirmando possuir um gerador que pode manter a geladeira funcionando.
Em caso de as coisas piorarem, Bellino preparou o closet, que não tem janelas, para ser um refúgio, onde ela deixou uma sacola com documentos, água alimentos e rádio.
Estação do ano
A situação, explica Bellino, poderia ser pior caso a região estivesse em outra estação do ano. “A sorte da gente é que não estamos no super verão. Estou aqui há quase 30 anos, teve um ano que acabou a luz, não tinha o gerador e era muito quente, muito quente. A temperatura daqui não está tão quente, por sorte, e ainda estamos com eletricidade.”
Diante do momento de tensão, Bellino tem esperança de que o furacão perca força, o que pode reduzir os riscos. “Torço para que todos fiquem bem, e que o [furacão] Milton dure pouco tempo, e que, de categoria 5, ele enfraqueça. E que todos fiquem bem”, frisa.
Veja imagem de chuva em área por onde furacão vai passar
Por volta das 16h30, no horário local (17h30 pelo horário de Brasília), Bellino enviou vídeos mostrando que há uma chuva persistente na casa dela. As imagens mostram que há vento também.
O furacão Milton já passou pelo México, onde deixou estragos. Agora, ele segue rumo aos Estados Unidos. Meteorologistas preveem a passagem do fenômeno pela península de Yucatán com a força dos ventos atingindo quase 250 km/h em direção à Baía de Tampa, na Flórida. A tempestade é avaliada na categoria 4 – em umas escala de 1 a 5 -, porém, especialistas indicam que a categoria 5 poderá ocorrer quando chegar aos EUA.
Alerta
As autoridades americanas alertam os cidadãos para a chegada do furacão. No entanto, o mapa regional é separado por zonas e as recomendações variam de acordo com a classificação de cada zona. Nos casos mais preocupantes, a determinação é para que 5,9 milhões de moradores deixem as moradias e sigam para regiões onde não corram perigo.