Brasil não aumentará seus poderes à custa da Ucrânia, diz Zelensky
Na Assembleia Geral da ONU, Zelensky afirmou ter dúvidas do “real interesse” do Brasil como intermediador na guerra contra a Rússia
atualizado
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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta quarta-feira (25/9). O ucraniano defendeu o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, destacando que o “Nobel da paz é fazer Putin parar” de atacar o país. Ele ainda questionou o interesse do Brasil na intermediação pela paz.
Zelesnky fez ataques diretos ao papel do Brasil e da China como intermediadores das negociações, alegando que tem dúvidas do “real interesse” dos dois países no fim do conflito.
“Vocês não aumentarão seus poderes à custa da Ucrânia. Os planos alternativos para acabar com a guerra na Ucrânia só dão mais espaço político para que a Rússia continue com a guerra”, destacou Zelensky.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o ano passado, repete que quer atuar como mediador de um diálogo pela paz entre Rússia e Ucrânia.
Em maio de 2024, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, encontrou Zelensky em Kiev. Durante a reunião, o presidente da Ucrânia afirmou que o único plano de paz possível para terminar a guerra em seu país é o ucraniano e que não tem interesses nas proposições do Brasil.
Xi Jinping, presidente chinês, também tem demonstrado vontade de fazer a mediação para o fim da guerra. Em abril, ele conversou com Zelensky por telefone e apresentou proposta de paz, igualmente negada.
O presidente da Ucrânia, no entanto, diz constantemente que não negociará com Moscou enquanto Vladimir Putin for o presidente da Rússia. Ele ainda exige cessar-fogo imediato.