Brasil deixa liderança de Conselho da ONU e lamenta falta de consenso
Em discurso de despedida, lamentou a falta de consenso para aprovação de uma resolução sobre o conflito entre Israel e o Hamas
atualizado
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O Brasil deixou, nesta terça-feira (31/10), a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em discurso de encerramento, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lamentou a falta de consenso para aprovação de uma resolução sobre o conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas.
O chanceler destacou que o Brasil seguirá empenhado na formulação de uma minuta que aborde a crise humanitária na Faixa de Gaza. “O Brasil terminou sua presidência hoje, no entanto, continuará se engajando em conversas com os membros do Conselho de Segurança para atingir um acordo em torno da urgente e grave situação no Oriente Médio”, defendeu Vieira.
“Nós esperamos que os membros do Conselho de Segurança encontrem uma medida para destravar decisões sobre o Oriente Médio“, afirmou. Vieira lembrou que, desde 2016, nenhuma resolução foi aprovada sobre a Palestina. “É desanimador assistir ao conflito tirar a vida de tantos inocentes, e não sermos capazes de atingir consenso na necessidade de parar o sofrimento humano em ambos os lados”.
O ministro ainda ressaltou que o Brasil está trabalhando em um texto que preveja a implementação de pausas humanitárias e a libertação de reféns. Nos bastidores, havia uma possibilidade de um texto ser pautado ainda hoje. Vieira, porém, destacou que acontecimentos recentes mudaram os planos do colegiado.
Nesta terça (31/10), as Forças de Defesa de Israel (FDI) bombardearam um campo de refugiados ao norte de Gaza. Imagens mostram uma cratera na região do bombardeio, além da mobilização dos palestinos pela retirada das vítimas dos escombros.
As FDI emitiram um comunicado em que admitem a autoria do bombardeio e afirmam que a ação mirava Ibrahim Biari, um dos líderes do ataque de 7 de outubro.
“Ele também foi responsável por enviar os terroristas que realizaram o ataque terrorista de 2004 no porto de Ashdod, no qual 13 israelenses foram assassinados, e foi responsável por direcionar disparos de foguetes contra Israel e promover numerosos ataques contra as FDI, nas últimas duas décadas”, completa.