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Boris Johnson: Rússia planeja “a maior guerra na Europa desde 1945”

Premiê britânico advertiu que existem evidências de que Putin está preparando uma grande invasão à Ucrânia a qualquer momento

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Boris Johnson
1 de 1 Boris Johnson - Foto: Getty Images

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendeu, neste sábado (19/2), a existência de evidências que sugerem que a Rússia está planejando “a maior guerra na Europa desde 1945”, com um plano em andamento para cercar e invadir Kiev, capital da Ucrânia.

Em entrevista à BBC, Johnson foi questionado sobre a possibilidade de uma iminente invasão russa, e respondeu: “Temo que seja para isso que as evidências apontam, não há como polir”.

Ele ainda advertiu que “todos os sinais mostram que o plano [da Rússia] já começou em alguns sentidos”. O premiê está em um fórum de segurança internacional em Munique, na Alemanha, ao lado de outros chefes de Estado.

EUA alertam que Rússia pode invadir a Ucrânia a qualquer momento

O anúncio do premiê, neste sábado, ocorreu horas depois de o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, afirmar que gostaria de se reunir com o presidente da Rússia, Vladmir Putin, em meio ao conflito entre os dois países.

O chefe de Estado russo, por sua vez, passou o sábado acompanhando testes militares, que tiveram lançamento de mísseis balísticos.

Clima de tensão

A crise entre Rússia e Ucrânia começou devido ao desejo ucraniano de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, o que gerou insatisfação no governo russo.

Apesar das ameaças de invasão e da intensificação das atividades militares na fronteira, a Ucrânia reafirmou no início da semana a intenção de fazer parte do grupo que reúne 30 países.

De acordo com informações do exército ucraniano, dois soldados morreram e quatro ficaram feridos em bombardeios de separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia neste sábado (19/2).

Segundo os militares ucranianos, foram registradas 70 violações de cessar-fogo por parte dos separatistas nas últimas 24 horas.

Ainda de acordo com o exército ucraniano, além do lançamento de bombas, o grupo armado pró-Rússia abriu fogo em mais de 30 assentamentos ao longo da linha de frente da área do conflito.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

Kamala Harris

Antes da divulgação do exercício militar, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, fez um pronunciamento neste sábado afirmando que, em caso de invasão da Rússia à Ucrânia, os Estados Unidos e os principais países da Otan vão impor sanções “sem precedentes” ao país liderado por Putin.

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