Boris Johnson pede desculpas por festas e promete “aprender com erros”
Primeiro-ministro inglês é alvo de investigação por realizar ao menos 19 festas no gabinete oficial, em Downing Street, durante lockdown
atualizado
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu desculpas, mais uma vez, nesta segunda-feira (31/1), pelas festas realizadas em seu gabinete durante o período de lockdown devido à pandemia, em Downing Street – residência oficial e sede do governo britânico.
O pedido de desculpas foi feito ao Parlamento, após a publicação de um relatório interno sobre as comemorações do premiê (leia mais abaixo).
“Desculpas apenas não bastam, devemos aprender com os erros”, disse Boris Johnson.
Desde que o escândalo veio à tona, o primeiro-ministro sofre pressão de aliados para deixar o cargo.
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Sem normas sanitárias
Também nesta segunda, um relatório publicado pelo governo britânico apontou que o primeiro-ministro descumpriu normas sanitárias durante a pandemia, ao realizar as festas.
“Alguns dos comportamentos em torno destas reuniões são difíceis de se justificar”, diz trecho do documento elaborado por um comitê independente.
De acordo com a imprensa local, Boris Johnson realizou ao menos 19 festas no gabinete oficial em 2020. À época, regras impediam a reunião de pessoas em locais fechados, em razão da pandemia.
Trechos do relatório
A íntegra do documento não foi divulgada pelo governo britânico, uma vez que a polícia deve abrir uma investigação sobre o caso.
Abaixo, veja trechos publicados:
- “Em um cenário da pandemia, quando o governo pedia aos cidadãos que aceitassem as restrições, alguns dos comportamentos nessas reuniões são difíceis de justificar”;
- “Em algumas das reuniões, não foi desrespeitado apenas o que é esperado daqueles que trabalham no governo, mas também o que era esperado de toda a população na época”;
- “O consumo excessivo de álcool não é apropriado em um local de trabalho profissional em momento algum”; e
- “Houve falha de liderança do gabinete do primeiro ministro; alguns eventos não deveriam ter acontecido, outros não deveriam ter ocorrido como ocorreram”.
O documento foi produzido a partir do relato de ao menos 70 pessoas, incluindo funcionários e servidores do gabinete do premiê britânico.
Também foram analisados e-mails, mensagens de texto, fotos e registros de entrada e saída do gabinete.