“Bombardeio em maternidade é inaceitável”, critica Vaticano
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como “atrocidade”. Os EUA também condenaram o bombardeio
atualizado
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O Vaticano se uniu ao coro de condenações contra um ataque russo a uma maternidade ucraniana. “O bombardeio em maternidade é inaceitável e não há motivações”, reclamou o secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin. Dezessete pessoas teriam se ferido.
Antes, Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, reagiu com dureza ao ataque. Nesta quarta-feira (9/3), em conversa com jornalistas na sala de imprensa, em Washington, Psaki classificou o bombardeio como “crime horripilante e caso bárbaro”.
Pouco depois do meio-dia, pelo horário de Brasília, o governo ucraniano acusou o Exército russo de executar um bombardeio contra uma maternidade em Mariupol, cidade portuária considerada fundamental para o avanço dos invasores. A Rússia ainda não comentou o caso.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelas redes sociais, classificou o ataque como “atrocidade”. Além disso, voltou a pedir o fechamento do espaço aéreo ucraniano.
“Ataque direto de tropas russas em uma maternidade. Pessoal, crianças estão sob os destroços. Atrocidade. Por quanto tempo mais o mundo será um cúmplice ignorando o terror? Feche o céu agora mesmo. Pare com os assassinatos. Vocês têm poder, mas parecem estar perdendo a humanidade”, escreveu Zelensky.
Mariupol. Direct strike of Russian troops at the maternity hospital. People, children are under the wreckage. Atrocity! How much longer will the world be an accomplice ignoring terror? Close the sky right now! Stop the killings! You have power but you seem to be losing humanity. pic.twitter.com/FoaNdbKH5k
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) March 9, 2022
Segundo o governo ucraniano, desde o início da invasão, em 24 de fevereiro, mais de 30 hospitais foram alvos de ataques. A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou nesta quarta-feira que 18 centros de saúde foram bombardeados.
Trégua desrespeitada
O governo ucraniano voltou a acusar o Exército russo de atacar corredores verdes, que são rotas de fuga humanitárias. A Europa, desde o início da invasão, vive uma crise de refugiados. Somente nas últimas 24 horas, 140 mil pessoas deixaram a Ucrânia.
Na terça-feira (8/3), o governo de Kharkiv informou que a retirada de moradores de Izyum não está ocorrendo por causa dos bombardeios russos ininterruptos.
Em Mariupol, todas as tentativas até agora foram frustradas devido aos ataques incessantes, apesar do acordo de trégua.
A guerra não fica somente no front militar. Russos e ucranianos trocam sucessivas acusações de furar o cessar-fogo.
A tensão ocorre em meio à reação em cadeia que a guerra causa. Os Estados Unidos proibiram que empresas norte-americanas comprem petróleo russo. A Rússia, irritada, reagiu e proibiu a venda de matérias-primas — o Kremlin ainda vai divulgar quais são exatamente e quais países escaparão do banimento.
Fuga
Em Enerhodar, alguns civis, em sua maioria mulheres e crianças, foram retirados por um corredor humanitário, disse o prefeito. A cidade abriga a maior usina nuclear da Europa, que está sob domínio dos russos.
Moradores de Sumy conseguiram sair pelo segundo dia consecutivo, de acordo com o prefeito da cidade, em declaração repercutida por agências internacionais de notícias.
O vice-primeiro-ministro ucraniano, Iryna Vereshchuk, disse que as forças armadas russas concordaram em parar de atacar áreas de corredores humanitários das 9h às 21h do horário local (das 4h às 16h no horário de Brasília) desta quarta-feira.