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Bolsonaro diz que PSL deve se separar como “gêmeos xifópagos”

Presidente comentou a crise na legenda e não descartou a criação de um novo partido

atualizado

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Clauber Cleber Caetano/PR
26/10/2019 Monumento aos Mártires da Pátria
1 de 1 26/10/2019 Monumento aos Mártires da Pátria - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Enviado especial a Abu Dhabi (Emirados Árabes) — Ao comentar a crise no PSL, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que a solução ideal para o partido seria se separar, como se faz com gêmeos xifópagos — ou siameses, unidos por alguma parte do corpo. “Cada um segue seu destino”, opinou o chefe do Executivo brasileiro.

A sigla vive uma intensa crise desde o surgimento de denúncias sobre o uso de candidaturas laranja nas eleições de 2018 e ficou rachada em dois grupos: parlamentares da ala bolsonarista e apoiadores do presidente da legenda, Luciano Bivar (PE). A situação ficou mais grave após Bolsonaro dizer a um apoiador para esquecer o PSL e que Bivar estava “queimado”.

Depois das denúncias, o presidente brasileiro pediu uma auditoria nas contas do PSL, o que acirrou os ânimos entre os dois grupos. “A questão no partido é grave. Por que eu quero transparência? Se aparecer qualquer coisa errada nas contas do partido, quem vocês [imprensa] vão culpar? Eu sou só filiado ao PSL, não sou nem presidente de honra”, argumentou o presidente em entrevista ao deixar Abu Dhabi com destino a Doha, no Catar, na manhã desta segunda-feira (28/10/2019).

Bolsonaro voltou a dizer que existe a possibilidade de ser um presidente sem partido. “Todas as cartas estão na mesa. Por enquanto, não pretendo, mas nunca saltei de paraquedas sem um paraquedas reserva”, indicou.

Outra possibilidade aventada é a criação de uma nova legenda. “O ideal, numa situação dessa, se porventura não chegar a um acordo, é um novo partido. Eu não teria dificuldade em criar um novo partido, mas gostaria que fosse pacificado tudo”, completou.

Joice “se precipitou”
Bolsonaro também comentou a relação com a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que é a estrela da ala bivarista do partido. A parlamentar tem criticado o presidente e chegou a ser cogitada como candidata ao Planalto em 2022 por aliados.

“Boa sorte para ela, é fácil”, ironizou Bolsonaro, que depois disse que não se sente traído e está disposto a recriar pontes. “Eu nunca deixei de conversar com ninguém, mas quem erra é que tem que ir atrás”, alertou.

“Não há dúvida que ela ajudou [enquanto foi líder do governo no Congresso], não vou deixar de reconhecer isso daí, mas parece que ela se precipitou um pouco no tocante à [lançar pré-candidatura para a] prefeitura [de São Paulo], só isso. Quando você expõe de forma explícita o que é seu interesse, atrapalha”, afirmou ainda o presidente.

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