Biden prega “reunificação” dos EUA e se diz “luz em época de escuridão”
Ao aceitar candidatura democrata à Casa Branca, ex-vice de Obama defendeu que é hora de país deixar para trás “raiva, medo e divisão”
atualizado
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Ex-vice-presidente dos Estados Unidos durante os dois mandatos de Barack Obama, Joe Biden fez discurso defendendo uma “reunificação” do país ao aceitar a nomeação para ser candidato do Partido Democrata à Casa Branca, na noite dessa quinta-feira (20/8). Falando de seu estado natal, Delaware, em uma convenção praticamente on-line, devido à pandemia do coronavírus, o ex-senador foi duro com o rival de novembro, o atual mandatário dos EUA, o republicano Donald Trump.
Para Biden, Trump mantém o país há “tempo demais” com “muita raiva, muito medo, muita divisão”, lidando de forma incompetente com a pandemia do coronavírus e seus efeitos sociais e econômicos. E prometeu: “Serei um aliado da luz, não da escuridão. É hora para nós, o povo, nos unirmos, escolhermos esperança no lugar do medo. Embora eu vá ser um candidato democrata, serei um presidente americano”.
“Não é um momento partidário. É hora de esperança, luz e amor”, disse o agora oficialmente candidato a presidente, ressaltando que a pandemia gera “um dos momentos mais graves da história dos EUA”.
Para o ex-senador, de 77 anos, a eleição deste ano põe em jogo “caráter, compaixão, decência e democracia”, evidentemente alegando que o rival não representa qualquer um desses valores.
No discurso, Biden fez acenos à ala progressista do partido, defendendo ações duras para enfrentar a mudanças climática e aumento da taxação para os mais ricos, bandeiras caras à esquerda democrata dos ex-rivais Bernie Sanders e Elizabeth Warren.
Pregou volta do país a ações multilaterais, e expansão do poder americano “com respeito a outros países e base em valores”.
Como parte do esforço para desalojar Trump, Biden escolheu a senadora em primeiro mandato pela Califórnia Kamala Harris como companheira de chapa, a primeira negra e indígena a concorrer a vice-presidente dos EUA.
A ideia é empolgar mulheres, negros e jovens a votar, o que pode desequilibrar a disputa em favor dos democratas em uma época marcada pelos efeitos do movimento #MeToo (de combate ao assédio sexual e ao sexismo) e das reações ao racismo embaladas por seguidos episódios de violência contra negros no país, que inflamaram o país nos últimos anos.