Biden marca telefonema com Lula para falar sobre eleições venezuelanas
O pedido do telefonema veio em meio à repercursão internacional das eleições venezuelanas, suspeitas de terem sido fraudadas
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem um telefonema marcado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na tarde desta terça-feira (30/7), para saber a posição do chefe de Estado brasileiro sobre o processo eleitoral na Venezuela.
A conversa foi solicitada pela Casa Branca, sede do governo dos EUA, nessa segunda-feira (29/7).
O pedido veio em meio à repercussão internacional das eleições venezuelanas, que reelegeram Nicolás Maduro pela terceira vez.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), órgão responsável pela supervisão do processo eleitoral e considerado alinhado ao governo, divulgou o resultado das eleições presidenciais venezuelanas, no domingo (28/7), declarando a reeleição de Maduro, com 51,2% dos votos.
O principal adversário dele, Edmundo González, obteve 44%. A diferença foi de apenas 704 mil votos entre os candidatos.
A vitória do ditador foi anunciada antes da contagem total de votos: cerca de 80% deles tinham sido computados.
Fraude
A oposição de Maduro contesta o resultado das eleições, acusando o governo de fraude e afirmando que o vencedor é o candidato Edmundo González.
Nesta última eleição, a ausência de divulgação das atas eleitorais, documentos que registram os votos de cada urna, tem sido um dos principais pontos de crítica e desconfiança.
O governo brasileiro, entre outros, solicitou oficialmente que a Venezuela apresente essas atas para assegurar a transparência do processo.
Protestos na capital venezuelana
As tensões se elevaram nas ruas de Caracas, capital do país, na noite dessa segunda-feira (29/7). Milhares de manifestantes protestaram contra o resultado eleitoral, clamando por uma transição de poder. Houve, inclusive, um panelaço de mais de 20 minutos contra Maduro.
Gritos de “entregue o poder” ecoaram pelas ruas, e imagens de Nicolás Maduro foram queimadas em sinal de repúdio. No estado de Fálcon, uma estátua de Hugo Chavez, antecessor de Maduro, foi derrubada por manifestantes.