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Biden, Macron e Johnson pedem inspeção em usina nuclear da Ucrânia

Aumento dos bombardeios próximos à usina nuclear no país acende sinal de alerta para a possibilidade de um desastre maior que Chernobyl

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Cidade de Lviv, na Ucrânia, é bombardeada por misseis russos. Na foto, fumaça preta sai de prédios - Metrópoles
1 de 1 Cidade de Lviv, na Ucrânia, é bombardeada por misseis russos. Na foto, fumaça preta sai de prédios - Metrópoles - Foto: Joe Raedle/Getty Images

Os presidentes Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França), o chanceler Olaf Scholz (Alemanha) e o primeiro-ministro Boris Johnson (Reino Unido) discutiram, durante uma conversa telefônica, o envio de uma missão de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas à usina nuclear de Zaporizhzhia.

O teor da conversa entre os líderes ocidentais foi divulgado em comunicado pela Casa Branca neste domingo (21/8). Os líderes ocidentais alertaram sobre o perigo iminente causado pelas operações militares cada vez mais próximas à maior instalação nuclear da Europa.

A missão com inspetores da agência tem como objetivo verificar o estado dos sistemas de segurança e realizar atividades de proteção no local. A instalação com material radioativo está na mira de bombardeios desde que foi tomada por forças russas, no mês de maio.

“Os líderes afirmaram seu apoio contínuo aos esforços da Ucrânia para se defender contra a agressão russa. Eles também discutiram a situação na Usina Nuclear de Zaporizhzhya, incluindo a necessidade de evitar operações militares perto da usina e a importância de uma visita da AIEA o mais rápido possível para verificar o estado dos sistemas de segurança”, informou Washington em comunicado.

A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, no início de agosto, o cessar imediato de ações militares russas perto do local devido ao “risco bastante real de um desastre nuclear”. O chefe da AIEA, Rafael Mariano Grossi, disse estar “extremamente preocupado” com os relatos de bombardeios na usina.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

Anastasia Vlasova/Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

Vinícius Schmidt/Metrópoles

 

Alvo de um bombardeio, a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, pode causar uma tragédia 10 vezes maior que o acidente em Chernobyl, em 1986 – até então a maior catástrofe do tipo –, segundo alertou o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba.

Outros temas permearam as discussões dos representantes. Entre eles, as negociações em andamento sobre o programa nuclear do Irã, a necessidade de fortalecer o apoio aos parceiros na região do Oriente Médio e os esforços conjuntos para impedir e restringir as atividades regionais desestabilizadoras do Irã.

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