Biden insinua que Putin quer nova União Soviética
Em discurso na tarde desta quinta-feira (24/2), o presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que Putin não deve parar na Ucrânia
atualizado
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Em anúncio realizado diretamente da Casa Branca, na tarde desta quinta-feira (24/2), o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que os ataques russos à Ucrânia nesta madrugada são uma tentativa de “retomada” da antiga União Soviética.
“Putin têm ambições muito maiores na Ucrânia. Ele quer, na verdade, reestabelecer a antiga União Soviética. E eu penso que suas ambições são completamente contrárias ao estado em que o mundo chegou”, insinua. Ainda segundo o presidente americano, o líder russo possui um “desejo pelo poder através de qualquer meio necessário”.
O chefe da Casa Branca destacou quais ações os Estados Unidos tomariam diante da investida russa no Leste Europeu. Sem mencionar a data, Biden declarou que os EUA enviarão U$ 150 milhões para auxiliar na segurança da Ucrânia, bem como destacarão tropas para países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A potência americana já havia destinado tropas para Alemanha, mas Biden aproveitou o momento para anunciar que também enviará tropas para a Letônia, Lituânia e Estônia e também que reforçará o contingente presente em solo alemão. “Os EUA irão defender cada centímetro do território da Otan”, reforçou.
“Essa agressão não pode ficar sem resposta. A América fica de frente com agressores, ficamos sempre do lado da liberdade. Qualquer nação que apoie isso será manchada por associação. Liberdade, democracia, isso é muito mais forte que a opressão”, declarou.
Invasão russa
Nas últimas horas, os bombardeios russos se intensificaram e as tropas já se aproximam de Kiev, capital ucraniana e coração do poder do país. Além disso, os militares tomaram o controle da região onde ficava a usina radioativa de Chernobyl.
O governo ucraniano preocupa-se, sobretudo, com um depósito de resíduos nucleares que existe no local. Chernobyl sofreu um grave desastre nuclear, em abril de 1986.
Chefe militar da Ucrânia, Valerii Zaluzhnyi confirmou, na manhã desta quinta-feira (24/2), que um combate estava sendo travado perto da base aérea de Hostomel, sete quilômetros a noroeste de Kiev. Segundo correspondentes internacionais, mesmo com o bloqueio do espaço aéreo da cidade, é possível ouvir o som de aviões.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, 74 instalações militares ucranianas foram destruídas até o momento, incluindo 11 bases aéreas.
Um assessor da presidência da Ucrânia afirmou que o Aeroporto Militar de Hostomel foi capturado por forças russas. O terminal fica a cerca de 23 quilômetros da capital Kiev.
Sanções
Em pronunciamento, transmitido ao vivo de Bruxelas, Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, afirmou que o bombardeio é “tolo” e que essa é uma violação internacional inadmissível por parte do presidente russo, Vladimir Putin.
“É um ataque contra seres humanos. A União Europeia e seus aliados condenam a Rússia. Continuaremos a enviar ajuda humanitária, financeira e militar para a Ucrânia”, frisou.
➡️Mísseis russos atingem prédio em cidade costeira da Ucrânia
Imagens mostram o exato momento em que explosão destrói prédios após lançamento dos projéteis, possivelmente a partir de navios no Mar Negro.
Leia: https://t.co/Nwa2cvviDo pic.twitter.com/rEulJpCA93
— Metrópoles (@Metropoles) February 24, 2022
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que o bloco prepara um novo pacote de sanções econômicas contra a Rússia. A ideia inicial é dificultar o acesso do país a capitais financeiros estrangeiros e restringir a indústria de tecnologia.
“Putin ordenou ações atrozes contra um país soberano, um povo inocente. O que está em jogo é a ordem. Putin traz a guerra de volta à Europa. O povo russo não quer essa guerra.”