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Biden aposta em política externa para seguir no páreo contra Trump

Presidente reafirma que continua como candidado e tenta mostrar que posição forte dos Estados Unidos depende de continuidade no poder

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Kevin Dietsch/Getty Images
Imagem colorida de Joe Biden durante entrevista coletiva
1 de 1 Imagem colorida de Joe Biden durante entrevista coletiva - Foto: Kevin Dietsch/Getty Images

O presidente norte-americano Joe Biden aproveitou a entrevista coletiva desta quinta-feira (11/7) para defender a política externa do seu governo e reafirmar que segue na disputa contra Donald Trump. O objetivo é mostrar que a reeleição dele significa a manutenção do respeito internacional e poder dos Estados Unidos. É também uma maneira de marcar posição diferente da de Trump.

“Durante esta semana de cúpula ouvimos de líderes agradecimentos aos EUA e agradecimentos pessoais a mim por tudo que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) conseguiu (…) Meu antecessor mostrou que não tem compromisso com a Otan”, disse o democrata durante a coletiva que durou cerca de uma hora.

Trump tem uma posição marcada sobre a Otan e que não agrada aos aliados dos norte-americanos. Em março, ele questionou os gastos dos Estados Unidos com a aliança militar.  “Por que deveríamos proteger esses países que têm muito dinheiro, e os EUA estavam pagando pela maior parte da Otan?”, comentou o republicano em entrevista a um veículo de comunicação britânico.

Biden assinalou mais uma vez a posição dele de que os EUA devem defender a Ucrânia, que está em guerra contra a Rússia. “(Nós Otan) não podemos ser covardes, especialmente os Estados Unidos.”

Sobre o conflito Israel x Hamas, o democrata reconheceu que ainda não foi alcançada a paz, mas se colocou como agente que “tem trabalhado (há meses) em um acordo de cessar-fogo em Gaza”. “Ainda há lacunas a serem tratadas, mas a tendência é positiva”, disse.

O conflito é um ponto importante para uma parcela do eleitorado estadunidense, sobretudo os mais jovens, que criticam o fato de os Estados Unidos apoiarem a ofensiva comandada por Benjamin Netanyahu.

Na terça-feira (9/7), Biden já havia tentado mostrar força na cerimônia de homenagem aos 75 anos da Otan e suscitar a hipótese de que o fortalecimento do grupo tem relação com a reeleição dele. “Não podemos deixar a aliança ficar para trás”, disse.

Perguntado se a Europa estaria abandonada com uma possível vitória de Trump, Biden tentou mais uma vez demonstrar o apoio externo e a posição de um líder internacional. “Eles dizem para mim: vocês precisam vencer, aquele cara não pode ganhar, vai ser um desastre se ele ganhar.”

Sobre o apoio da China à Rússia no conflito com a Ucrânia, Biden foi ponderado, mas revelou que a via diplomática tem sido usada para tentar demover os chineses do suporte. “Precisamos assegurar a Xi (Jinping-secretário geral da China) que há um preço a se pagar quando ele consegue minar suas relações com o Pacífico e suas relações com a Europa quando se trata da Ucrânia.”

Gafes

A entrevista coletiva de Biden nesta quinta se deu em momento de pressão contra o presidente dos EUA. A capacidade cognitiva do democrata e a viabilidade de ele derrotar Trump estiveram em discussão. A questão ganhou espaço na mídia nacional e internacional, após Biden ter um desempenho ruim no debate contra o republicano.

Ao responder os jornalistas, Biden tentou mostrar força e que está com a capacidade cognitiva em boas condições. No entanto, cometeu gafes. Ao elogiar a vice dele, Kamala Harris, Biden trocou o nome da colega de partido com o do adversário, Trump.

Mais cedo, ainda nesta quinta, Biden trocou os nomes de Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, e de Vladmir Putin, presidente da Rússia.

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