Biden anuncia fechamento do espaço aéreo dos EUA para aviões russos
Presidente americano fez o anúncio durante o discurso do Estado da União, no Congresso dos EUA
atualizado
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O primeiro discurso do Estado da União do presidente norte-americano, Joe Biden, foi marcado por declarações contra a invasão russa à Ucrânia. A ocasião é considerada uma prestação de contas da Casa Branca ao Parlamento dos Estados Unidos.
Nesta terça-feira (1º/3), em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Biden condenou os bombardeios que desestabilizaram o Leste Europeu e colocaram o mundo em alerta. O norte-americano também anunciou o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos para aviões russos.
A União Europeia (UE) e o Canadá já haviam imposto, no último domingo (27/2), uma proibição geral de voos aos aviões russos. Seguindo a mesma direção, empresas aéreas como a Air France-KLM e Finnair também decidiram suspender as viagens para o país de Vladimir Putin. Em contrapartida às sanções, a Rússia anunciou nessa segunda-feira (28/2) o fechamento do espaço aéreo a companhias de 36 países.
Discurso
Na prática, Biden tentou demonstrar firmeza nas ações americanas contra a guerra. Foi uma forma de reacender a confiança da população no governo.
O Estado da União é um dos principais eventos políticos americanos. Na ocasião, o presidente americano detalha os avanços do governo e esclarece as prioridades de sua gestão.
Biden adiou o discurso, que deveria ter ocorrido em meados de fevereiro. Questões internas, como a alta da inflação e a baixa popularidade — cerca de 40% dos americanos aprovam o governo—, motivaram o remanejamento para março.
O discurso do Estado da União de hoje foi o mais tardio já feito por um presidente norte-americano, uma vez que é habitualmente marcado para janeiro ou, em alguns casos, para fevereiro.
Inicialmente, o chefe da Casa Branca falaria sobre a economia e a pandemia de Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Os ataques
A Ucrânia viveu nesta terça-feira o sexta dia de ataques. O confronto foi iniciado em 24 de fevereiro. Kiev e Kharkiv estão sob fortes bombardeios – civis foram alvejados.
Um míssil foi disparado contra uma torre de transmissão de TV em Kiev, capital ucraniana, e deixou ao menos cinco pessoas mortas, segundo a Ucrânia.
A truculência da guerra na Ucrânia tem chegado a níveis antes inimagináveis. Com cidades sitiadas pelas tropas russas, o presidente Volodymyr Zelensky voltou a pedir apoio da comunidade internacional. O Exército russo ampliou o megacomboio que cercará Kiev, capital ucraniana e coração do poder. As tropas, que cobrem um extensão de 64 quilômetros, se aproximam da cidade.
Com o país sendo alvo de ataques cada vez mais violentas, Zelensky exigiu um cessar-fogo para abrir uma nova rodada de negociações com a Rússia e pediu resistência da população e do Exército.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).