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Biden acusa Putin de ser “ditador assassino” e “bandido”

Na quarta-feira (16/3), o presidente dos EUA já havia chamado Putin de “criminoso de guerra”. Rússia disse que fala é “inaceitável”

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Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fala sobre a Ucrânia à imprensa - Metrópoles
1 de 1 Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fala sobre a Ucrânia à imprensa - Metrópoles - Foto: Alex Wong/Getty Images

O presidente dos EUA, Joe Biden, voltou a criticar Vladimir Putin nesta quinta-feira (17/3). Desta vez, o norte-americano chamou o russo de “ditador assassino” e “bandido”.

Na quarta-feira (16/3), o chefe da Casa Branca já havia dito que Putin é um “criminoso de guerra“. Na ocasião, o Kremlin reagiu e afirmou ser “imperdoável” e “inaceitável” a fala do presidente dos Estados Unidos.

Biden declarou que não está vendo a Rússia implementar ações para diminuir os ataques. “Putin quer a devastação da Ucrânia. Ele está bombardeando hospitais, escolas… É muito triste. Os russos estavam mantendo pacientes e médicos reféns em Mariupol”, lamentou o chefe da Casa Branca.

Guerra chega ao 22º dia

O conflito na Ucrânia chegou ao 22º dia nesta quinta. Alvo de bombardeios diários, o país tem cidades inteiras sendo dizimadas.

Durante participação em evento comemorativo do Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda, o presidente norte-americano falou que “Putin promove uma guerra imoral”. A crítica mais acentuada ocorre após a morte de um cidadão americano no conflito.

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra

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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito

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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local

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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km

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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia

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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país

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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro

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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta

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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território

AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território

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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado

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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles

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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo

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Depois, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reafirmou o discurso e disse que o Exército russo, a mando de Putin, está cometendo crimes de guerra na Ucrânia.

Em pronunciamento transmitido ao vivo de Washington, Blinken acusou a Rússia de usar “fantoches” para acentuar o conflito. “Crimes de guerra estão sendo cometidos pela Rússia”, afirmou com veemência.

Os norte-americanos estão montando uma espécie de dossiê, no qual são elencados os possíveis crimes, adiantou o secretário de Estado. “Especialistas dos EUA estão documentando e avaliando possíveis crimes de guerra na Ucrânia”, resumiu.

No pronunciamento, Blinken confirmou que um cidadão americano morreu na Ucrânia. Ele foi morto durante um ataque russo em Chernihiv, no norte ucraniano. Ao todo, 50 pessoas morreram nessa investida.

Acordo de paz

Na manhã desta quinta-feira, russos e ucranianos retomaram, por videoconferência, a reunião que discute os pontos de um possível cessar-fogo. Simultaneamente, o líder russo convocou o gabinete ministerial para uma reunião.

As movimentações político-diplomáticas em torno da guerra na Ucrânia continuam pressionando os governos ao redor do mundo, no 22º dia de conflito. Negociadores da Rússia e da Ucrânia tentam entrar em consenso em três pontos: militares, políticos e humanitários.

Clique aqui e leia a cobertura completa da cobertura da guerra na Ucrânia. 

O mundo acompanha com atenção as conversas, que ganharam mais fôlego após a divulgação do que seria um esboço para o acordo de paz.

Escola atingida por míssil

Um ataque com míssil matou ao menos 21 pessoas e feriu outras 25 na manhã desta quinta-feira (17/3), pelo horário de Brasília, em Merefa, no leste da Ucrânia, segundo autoridades locais.

A Promotoria Regional atribuiu o bombardeio ao Exército russo. O governo ucraniano afirma que o ataque atingiu uma escola e um centro cultural.

A cidade fica perto de Kharkiv, que também foi alvo de bombardeio pesado. Tropas de Vladimir Putin tentam avançar sobre a região.

Ataques

A madrugada na Ucrânia seguiu a tendência dos últimos dias: tropas militares russas efetuaram bombardeios massivos e miraram em civis. Kiev, capital e coração da política, e cidades do sul ucraniano, que dão acesso ao Mar Negro e constituem importante rota comercial, são as mais afetadas.

Enquanto russos e ucranianos não se entendem, os bombardeios continuam. Civis e áreas residenciais voltaram a ser alvejados durante a madrugada.

O país liderado por Volodymyr Zelensky viveu mais uma noite de intensos bombardeios. Um prédio de 16 andares foi atingido por partes de um míssil destruído em Kiev. Uma pessoa teria morrido e outras três ficaram feridas. Ao todo, 30 moradores foram resgatados do local.

Em 22 dias de guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu 7 mil soldados no front. Outros 14 mil militares ficaram feridos durante os bombardeios, iniciados em 24 de fevereiro.

Os números são uma estimativa dos órgãos de segurança dos Estados Unidos e foram repercutidos por agências internacionais de notícias nesta quinta-feira.

A Ucrânia informou que abateu, ao todo, 10 alvos russos nas últimas 24 horas. Segundo o comandante-chefe das Forças Armadas do país, Valeriy Zaluzhny, um avião russo Su-25 foi destruído e um caça Su-35, atingido no céu na região de Kiev, capital da Ucrânia.

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