Avião foi derrubado por tiro da Rússia, diz presidente do Azerbaijão
Presidente do Azerbaijão conversou novamente neste domingo (29/12) com o presidente da Rússia sobre a queda do avião da Azerbaijan Airlines
atualizado
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O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, disse neste domingo (29/12) que a queda do avião operado pela companhia aérea Azerbaijan Airlines, em 25 de dezembro, ocorreu após um tiro disparado pela Rússia.
Em entrevista à televisão estatal divulgada no site do governo, Ilham Aliyev elogiou o papel dos pilotos da aeronave, que garantiram 29 sobreviventes.
“Os pilotos demonstraram profissionalismo e heroísmo ao controlar o avião que estava fora de controle de várias maneiras. Claro, eles eram pilotos experientes e sabiam que não conseguiriam sobreviver a esse pouso de emergência. No entanto, eles demonstraram um tremendo heroísmo para salvar os passageiros, e é graças a eles que há sobreviventes deste acidente de avião”, destacou.
“Foi graças a eles que uma parte da fuselagem não queimou, e é graças a eles que hoje podemos dizer claramente que o avião foi abatido pela Rússia. Isto é um fato e ninguém pode negá-lo. Novamente, não estamos dizendo que isso foi feito intencionalmente, mas foi feito”, ressaltou o presidente do Azerbeijão.
Ilham Aliyev ainda fez referência a teorias apresentadas pela Rússia sobre a explosão de um cilindro de gás a bordo do avião. “Isso mostrou claramente que o lado russo queria encobrir a questão, o que, obviamente, é impróprio para qualquer pessoa. Claro, nosso avião foi atingido acidentalmente. É claro que não se pode falar aqui de um ato de terror deliberado. Portanto, admitir a culpa, pedir desculpas antecipadamente ao Azerbaijão, que é considerado um país amigo, e informar o público sobre isso — estas eram medidas e passos que deveriam ter sido dados. Infelizmente, durante os primeiros três dias, não ouvimos nada da Rússia, exceto algumas teorias absurdas”.
O piloto da aeronave, fabricada pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), arriscou um pouso de emergência a cerca de 3 km do centro urbano de Aktau e na costa do Mar Cáspio. Após oscilar no ar e perder altitude, o piloto tentou tocar o solo, mas o avião o atingiu com força e pegou fogo. O acidente deixou 38 mortos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ligou novamente para Aliyev neste domingo para tratar do episódio. O teor da conversa não foi divulgado.
Segundo o presidente do Azerbaijão, o lado russo deve pedir desculpas ao país e reconhecer a culpa, o que ele admitiu que foi feito no sábado (28/12), com declaração de Putin sobre o chamou de “incidente trágico”. Ele ainda defendeu a responsabilização criminal e o pagamento de uma indenização ao Estado do Azerbaijão, passageiros e tripulantes feridos.
“Todas essas condições são justas. Não há demandas ou questões extraordinárias aqui; tudo isso se baseia na experiência internacional e na conduta humana normal. É isso”, reforçou ele na mesma entrevista.
Rússia citou drones ucranianos
O Kremlin informou que, enquanto a aeronave tentava pousar em Grozny, drones ucranianos atacavam a Rússia e as forças de defesa aérea russas repeliam os ataques.
“Durante esse período, Grozny, (a cidade de) Mozdok e Vladikavkaz estavam sendo atacados por drones de combate ucranianos, e a defesa aérea russa estava repelindo esses ataques”, alegou o Kremlin.
As investigações preliminares sobre o acidente apontam para “interferências físicas e técnicas externas”. Publicações nas redes sociais e autoridades ventilam a possibilidade de o avião ter sido atingido, por engano, por um míssil antiaéreo russo.