Autópsia contratada pela família de Floyd aponta que asfixia causou morte
Relatório contraria informações oficiais, que haviam descartado estrangulamento. O ex-segurança foi assassinado por um policial em Minnesota
atualizado
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O advogado da família do ex-segurança negro George Floyd, morto por um policial nos Estados Unidos em abordagem no último dia 25 de maio, afirmou, nesta segunda-feira (01/06), que a autópsia contratada por eles apontou no laudo que a causa da morte foi asfixia. As informações são do New York Times.
A perícia oficial, feita pelo médico legista do condado de Hennepin, em Minnesota, havia apontado apenas a interrupção do fluxo sanguíneo como motivo para a morte. Na abordagem, o policial, Derek Chauvin, foi filmado ajoelhado em cima do pescoço de Floyd, que reclamava: “Eu não consigo respirar”. A queixa criminal afirmava não ter encontrado “qualquer evidência física que sustente um diagnóstico de asfixia ou estrangulamento” – o relatório médico completo, contudo, ainda não foi divulgado.
Em consonância com o diagnóstico, os promotores responsáveis pelo caso incluíram doenças cardíacas como possíveis agravantes da morte de Floyd, assim como “potenciais intoxicantes”.
A família contratou, para a autópsia, os médicos Allecia M. Wilson, da Universidade de Michigan, e Michael Baden, de Nova York. Baden contestou o laudo oficial dizendo que a autópsia não mostrou “problemas médicos adjacentes” que causaram ou contribuíram para sua morte.
Além disso, a autópsia também implicou outros policiais diretamente na morte. A conclusão é de que policiais, colegas de Chauvin, também pressionaram as costas de Floyd e geraram uma compressão no seu pulmão, o que o impediu de respirar.
“O joelho no pescoço não só foi a causa da morte dele, mas também foi o peso dos outros dois policiais nas costas deles, que não só impediram o fluxo de sangue como também o de ar para o cérebro dele”, afirmou o advogado Antonio Romanucci.
Caso causa protestos há uma semana
Floyd ficou preso sob o joelho de Chauvin, que foi filmado ajoelhado em cima da vítima por nove minutos, a despeito de ele estar implorando para não ser morto e dizer que não conseguia respirar.
As imagens viralizaram na internet e geraram uma onda de protestos que perdura há uma semana em várias cidades dos Estados Unidos. Pelo país, há registros de incêndios, depredações e saques, bem como de prisão de jornalistas. A policia tem reagido principalmente com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Chauvin foi preso na última sexta-feira (29/05) e outros três envolvidos, Tou Thao, Thomas Lane e J. Alexander Kueng, demitidos.