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“Ato deplorável”, diz alta-comissária da ONU sobre morte de João Alberto

“Exemplo extremo, mas infelizmente muito comum, da violência sofrida pelos negros no Brasil”, disse Michelle Bachelet, em nota

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
michelle bachelet
1 de 1 michelle bachelet - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A porta-voz de Michelle Bachelet, alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, fez um pronunciamento nesta terça-feira (24/11) sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro que foi espancado e morto por seguranças em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre (RS).

“O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um afrodescendente espancado até a morte por dois seguranças particulares na cidade de Porto Alegre, no sul do Brasil, é um exemplo extremo, mas, infelizmente, muito comum, da violência sofrida pelos negros no país”, disse Bachelet.

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Vice-presidente Hamilton Mourão
Bachelet considera irresponsável minimizar a doença
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Beto morreu após ação brutal de seguranças

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Vice-presidente Hamilton Mourão

Romério Cunha/VPR
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Bachelet considera irresponsável minimizar a doença

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A chilena afirmou que o crime tem uma “ilustração nítida de persistente discriminação e racismo estruturais que as pessoas de ascendência africana enfrentam”. Além disso, a alta-comissária frisou que é necessário o governo ter responsabilidade de reconhecer o problema de racismo no país, pois esse é o primeiro passo para a resolução.

Essa fala de  Michelle Bachelet vem após o vice-presidente do país, Hamilton Mourão, declarar que, “no Brasil, não existe racismo”. Ele destacou que o caso se trata de despreparo dos seguranças. “Para mim, no Brasil não existe racismo. Isso é uma coisa que querem importar aqui para o Brasil. Isso não existe aqui“, afirmou Mourão.

“O racismo, a discriminação e a violência estruturais que os afrodescendentes enfrentam no Brasil são documentados por dados oficiais que indicam que o número de vítimas afro-brasileiras de homicídio é desproporcionalmente maior do que em outros grupos”, destacou Michelle.

A alta-comissária pediu que as autoridades brasileira busquem uma investigação “rápida, completa, independente, imparcial e transparente”, e que analisem o viés racial no crime para “assegurar a justiça e a verdade”.

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