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Ataque israelense na Cisjordânia deixa um morto e mais de 300 feridos

Centenas de colonos israelenses invadiram cidades, munidos com paus, pedras e armas de fogo, em retaliação a ataque de palestinos

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1 de 1 cisjordania ataque / reprodução - Foto: Redes sociais / reprodução

Ao menos uma pessoa morreu após ataques israelenses ocorridos no norte da Cisjordânia nesse domingo (26/2). Além disso, mais de 300 ficaram feridos e pelo menos 75 casas e 100 carros foram queimados.

Na madrugada de domingo, centenas de colonos israelenses invadiram as cidades de Huwara, Burin, Zatara, Odala e Asira al Qabaliyya. Eles estavam armados com facas, paus, pedras e armas de fogo e tinham como objetivo de atacar a população local em retaliação a um ataque, ocorrido horas antes, de um palestino contra um israelense.

“Terroristas palestinos mataram dois jovens judeus em um ataque contra um carro perto de Ariel, uma colônia israelense na Cisjordânia. Como retaliação, colonos judeus promoveram ataques terroristas contra palestinos que vivem na aldeia de Hawara. O exército israelense tentou evitar a retaliação, porém, sem sucesso. A situação na Cisjordânia não pode ser considerada tranquila há anos, em especial com a expansão de assentamentos”, disse o Instituto Brasil-Israel (IBI) em nota.

Segundo o órgão, nas últimas semanas, o clima ficou ainda mais tenso. “Há um enfrentamento em curso entre extremistas palestinos e extremistas israelenses. Esses não pregam o diálogo, mas a violência. Enquanto a Autoridade Palestina perde força, grupos terroristas ganham espaço na sociedade palestina e nas suas estruturas de poder”.

Em Israel, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e outros ministros se colocaram contra a ideia de fazer justiça com as próprias mãos.

Outros mortos

Na última quarta, 11 palestinos morreram em confrontos com tropas israelenses. O motivo do confronto é a incursão de Israel ao território da Cisjordânia. Neste ano, 63 palestinos foram mortos no conflito, o início de ano mais violento desde 2000, informou o Ministério da Saúde palestino.

Do lado israelense, 13 pessoas morreram, a maioria colonos vítimas de ataques palestinos.

O que diz  o especialista?

Michel Gherman, Professor Da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assessor acadêmico do IBI, explicou ao Metrópoles que para entender o que ocorreu na Cisjordânia, é necessário entender o contexto das colônias. “O contexto é de que há colônias dentro do território palestino. Sempre há tensão naquela região pois tem uma ocupação militar sobre a população palestina e por isso, há atos de terror contra os israelenses. Consequentemente, há uma maior entrada do exercito Israel na região”, disse. “O que estamos vendo é o ato terrorista de dois lados”, criticou.

Gherman também criticou a simplificação do conflito. “Eu chamo de pornografia do conflito quando tentam dar explicação uma rápida sobre algo complexo. Tentarão culpar os sionistas e os palestinos pela situação, mas não é bem assim”, disse.

“Temos [em Israel] um governo de extrema-direita que não facilita a paz, mas é um governo que vem sendo desafiado nas ruas. As manifestações 350 e 450 mil as ruas contra o governo, que vem sendo pressionado por tentar destruir a democracia”, explicou, fazendo referência às manifestações que ocorrem em Israel contra a reforma judicial.

“Também temos uma Autoridade Palestina enfraquecida e autoritária”, completou.

O site questionou se é possível uma nova intifada após a escalada de conflito na região. “Possível é. Está chamando de Pogrom o que aconteceu na madrugada de domingo. O mesmo aconteceu contra os judeus na Rússia [entre 1881 e 1884]. Quando vemos uma senhora palestina saindo de sua casa incendiada, isso é uma declaração de guerra”, declarou.

“Entretanto, uma intifada agora não é de interesse da Autoridade Palestina e do Hamas, mas isso não é controlado”, observou.

Reações na redes sociais 

“Esta foto está saindo agora de Hawara. Uma mulher palestina que parece assustada e dois soldados IDF a ajudam a sair de casa. Não há necessidade de expandir em palavras – suas características faciais refletem o desamparo e o pânico do que está acontecendo em Hvara. Este é um retrato da derrota do IDF, que apoiou os colonos por anos, agora o exército foi conquistado pelos colonos”, disse Sheren Falah Saab, jornalista do portal Haaretz.

 

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