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Ataque israelense a prédio residencial em Gaza deixa quase 100 mortos

A região do Oriente Médio vive o “momento mais perigoso” em “décadas”, alertou o enviado das Nações Unidas para a região, Tor Wennesland

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Fadel Itani/NurPhoto via Getty Images
Visão da destruição como resultado do ataque do exército israelense à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza
1 de 1 Visão da destruição como resultado do ataque do exército israelense à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza - Foto: Fadel Itani/NurPhoto via Getty Images

Um bombardeio israelense matou, na madrugada dessa terça-feira (29/10), quase cem pessoas durante um bombardeio a um prédio residencial no norte da Faixa de Gaza, onde o exército israelense intensificou desde setembro as suas operações contra o movimento palestino Hamas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou estar “profundamente preocupado” com as duas leis aprovadas pelo Parlamento de Israel contra as operações da UNRWA, a agência da ONU pelos refugiados palestinos.

O ataque contra um prédio residencial em Beit Lahia deixou 93 mortos e 40 desaparecidos, disse o porta-voz da agência de Defesa Civil de Gaza, Mahmud Basal.

“A maioria das vítimas eram mulheres e crianças. As pessoas tentaram salvar os feridos, mas não há hospitais ou cuidados médicos adequados”, disse Rabi al-Shandagog, uma testemunha de 30 anos que se refugiou em uma escola próxima.

Questionado, o exército israelense afirmou que estava examinando as informações sobre o ataque. Por outro lado, reivindicou ações no setor próximo de Jabaliya que mataram “cerca de 40 terroristas”.

Desde 6 de outubro, as tropas israelenses implementam uma nova ofensiva no norte de Gaza, onde garantem que os combatentes do Hamas estão se reagrupando. Sua operação causou o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas e, de acordo com a Defesa Civil, centenas de mortos.

A guerra, iniciada há mais de um ano em Gaza pelo ataque do Hamas contra Israel, foi ampliada em setembro para o Líbano, onde o Exército israelense luta contra o Hezbollah, um aliado do movimento palestino e também apoiado pelo Irã.

Israel enfrenta uma onda de rejeição internacional por sua decisão de proibir as atividades da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (Unrwa) e também enfrenta pressões crescentes por suas ofensivas no Líbano e em Gaza.

“Momento mais perigoso em décadas”

A região do Oriente Médio vive o “momento mais perigoso” em “décadas”, alertou o enviado das Nações Unidas para a região, Tor Wennesland, para o Conselho de Segurança da ONU.

A guerra em Gaza eclodiu em 7 de outubro de 2023, quando militantes islamistas mataram 1.206 pessoas no sul de Israel, na sua maioria civis, e sequestraram 251, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses, que incluem os reféns mortos em cativeiro.

Dos 251 sequestrados, 97 continuam presos em Gaza, incluindo 34 que foram declarados mortos pelo Exército.

Em resposta ao ataque, Israel lançou uma ofensiva no enclave que já matou mais de 43.000 palestinos, majoritariamente civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

As tropas israelenses e os combatentes libaneses do Hezbollah começaram a trocar disparos na fronteira entre os dois países em 8 de outubro de 2023, o que forçou milhares de moradores dos dois lados a fugir.

Bombardeios diários

Com o objetivo de permitir o retorno dos 60 mil habitantes deslocados do norte do seu território, Israel lançou bombardeios diários sobre o Líbano desde 23 de setembro, acompanhados uma semana depois por uma ofensiva terrestre no sul do país.

A ação enfraqueceu a poderosa formação político-militar xiita, que perdeu o seu influente líder, Hassan Nasrallah, em 27 de setembro em um bombardeio na periferia sul de Beirute, e o seu provável sucessor, Hashem Safieddine, dias depois.

O Hezbollah libanês nomeou seu número 2, Naïm Qassem, para suceder Hassan Nasrallah à frente da milícia xiita.

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