Ataque a escola da ONU em Gaza deixa dezenas de mortos
Enquanto Israel diz que escola da ONU escondia terroristas, únicas vítimas do ataque, Hamas aponta crianças entre os mortos
atualizado
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Uma escola da Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa), administrada pela ONU, sofreu um ataque em que pelo menos 37 pessoas acabaram mortas. O local fica no campo de refugiados de Nuseirat, perto de Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) assumiram a ofensiva, explicando que a escola servia de esconderijo para integrantes do grupo extremista Hamas. Os militares também apontaram que só terroristas foram mortos.
Por outro lado, autoridades de Gaza garantem que há 14 crianças entre as vítimas no ataque realizado na noite de quarta-feira (5/6, horário local).
As primeiras imagens do local mostram dezenas de corpos do lado de fora de um hospital em Deir al Balah. Segundo a diretora de comunicações da Unrwa, Juliette Touma, o número de mortos está entre 35 e 45, mas que ainda não era possível confirmar exatamente as baixas.
O lado de Israel sobre o ataque
Os israelenses afirmam que havia um complexo paramilitar do Hamas dentro da escola. No primeiro levantamento feito pelos militares, cerca de 20 a 30 terroristas acabaram mortos.
O tenente-coronel Peter Lerner, porta-voz das FDI, confirmou a informação e garantiu que não tinha conhecimento das vítimas civis, e que o plano de ofensiva havia sido adiado em duas ocasiões exatamente para evitar a morte de palestinos civis.
Segundo o militar, os integrantes do Hamas estavam separados em três salas de aula, todas afastadas de uma área onde os civis estavam abrigados.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo extremista, há a acusação de que o Hamas utiliza escolas, hospitais e outros prédios públicos para fazer dos civis um escudo.
O lado dos palestinos
Ismail Al-Thawabta, diretor do Gabinete de Comunicação Social de Gaza, que é gerido pelo Hamas, negou de forma veemente que na escola da ONU havia integrantes do grupo.
“A ocupação mente à opinião pública por meio de histórias falsas e fabricadas para justificar o crime brutal que conduziu contra dezenas de pessoas deslocadas”, afirmou para a agência de notícias Reuters.
Al-Thawabta e um funcionário do Ministério da Saúde de Gaza apontam que houve 40 pessoas mortas e 73 feridas. Eles acrescentam que entre as vítimas estão 14 crianças e nove mulheres.