Ataque ao Capitólio completa 4 anos às vésperas da posse de Trump
O Congresso norte-americano foi invadido no dia 6 de janeiro de 2021 por eleitores do ex-presidente Trump que não aceitaram a derrota
atualizado
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A invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, completa quatro anos nesta segunda-feira (6/1). Nesta data, foi feita a Contagem e Certificação dos Votos Eleitorais, na capital Washington e, para impedir a validação da vitória do presidente Joe Biden, eleitores de Donald Trump invadiram e depredaram o prédio.
Os ataques ao simbólico prédio do Congresso dos EUA em 2021 provocaram a morte de dois manifestantes e três policiais, além de terem deixado 140 feridos. Centenas de pessoas foram condenadas no julgamento em massa relacionado à invasão de 6 de janeiro de 2021. Crimes mais graves foram julgados individualmente, gerando penas de mais de 20 anos.
O prejuízo, segundo estimativas de outubro de 2022, ultrapassou R$ 15,2 milhões. O montante engloba danos no edifício e nos terrenos do Capitólio, além de custos relativos aos prejuízos da Polícia do Congresso.
Segurança do Capitólio
Após a dramática invasão, o Departamento de Segurança Interna anunciou que o Serviço Secreto fará a segurança do prédio no dia 6 de janeiro de 2025.
Esta será a primeira vez que uma designação de evento nacional de segurança especial é concedida para uma Certificação de Votos Eleitorais, respondendo a uma solicitação feita pela prefeita de Washington, D.C.
A prefeita de D.C., Muriel Bowser, e diversos relatórios, incluindo os do House Select January 6 Committe (Comitê Selecionado da Câmara de 6 de janeiro) e do Government Accountability Office (Escritório de responsabilidade governamental), solicitaram que o Congresso norte-americano fosse protegido pelo serviço secreto durante a contagem dos votos.
“Os eventos nacionais de segurança especial são da mais alta significância nacional. O serviço secreto dos EUA, em colaboração com nossos parceiros federais, estaduais e locais, está comprometido em desenvolver e implementar um plano de segurança abrangente e integrado para garantir a segurança deste evento e de seus participantes”, disse Eric Ranaghan, agente especial encarregado da Divisão de Proteção de Dignitários do Serviço Secreto dos EUA.
Além da Contagem e Certificação dos Votos Eleitorais de 2025, no dia 6, a posse presidencial em 20 de janeiro também foi designada como evento nacional de segurança especial e tem sido planejada há vários meses.
A importância em estabelecer que uma cerimônia é um evento nacional de segurança especial é que torna possível o uso de recursos significativos do governo federal, bem como de parceiros estaduais e locais.
A designação ainda faz com que o serviço secreto norte-americano assuma, obrigatoriamente, o papel de liderança no planejamento e na implementação do plano de segurança operacional.
Os policiais do Capitólio que lutaram contra os apoiadores de Trump em todo o prédio em 2021 elogiaram a decisão.
“Esta designação nos ajudará a desenvolver os planos que já colocamos em prática para proteger os membros do Congresso e o processo constitucional em 6 de janeiro. Nosso departamento fez mais de 100 melhorias durante os últimos anos para nos preparar para qualquer coisa”, disse a polícia.
A corporação complementou, afirmando que está “trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros de aplicação da lei, como fazemos durante outros eventos, como o Estado da União, para garantir que o processo legislativo ocorra sem problemas”.
“Dia do amor”
O presidente eleito dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, ressignificou o ato de invasão ao Capitólio por seus apoiadores. Em outubro, Trump disse que foi um “dia do amor”.
A fala de Trump foi feita em uma reunião pública com o público latino, organizada pela rede Univision, na Prefeitura de Miami, na Flórida. A afirmação foi uma resposta ao comentário de um participante do evento que disse querer dar ao ex-presidente uma chance de “reconquistar seu voto” diante da decepção gerada pela invasão do Capitólio.
Em uma longa resposta, o republicano descreveu o evento como correto e uma “ação de tomada legítima”.
“Eles não vieram por minha causa. Eles vieram por causa da eleição. Eles achavam que a eleição era uma eleição fraudada e é por isso que eles vieram. Nada de errado foi feito. E uma ação foi tomada. Uma ação forte”, disse.
“Não havia armas lá. Nós não tínhamos armas. Os outros tinham armas, mas nós não tínhamos armas. E quando eu digo nós, essas são pessoas que andaram por aí — essa foi uma pequena porcentagem do total que ninguém vê e ninguém, ninguém mostra. Mas esse foi um dia de amor”, completou.
Perdão presidencial
Donald Trump afirmou que um dos primeiros atos como presidente será perdoar os envolvidos na invasão do Capitólio. O republicano fez a afirmativa em entrevista à revista Time.
Questionado sobre a situação de apoiadores acusados de crimes federais em decorrência do episódio, Trump prometeu conceder perdão presidencial aos envolvidos. No entanto, ele frisou que irá analisar caso a caso, “na primeira hora” da administração.
“Bem, vamos analisar cada caso individual e vamos fazer isso muito rapidamente. Vai começar na primeira hora em que eu chegar ao cargo. E a grande maioria deles não deveria estar na prisão. A grande maioria não deveria estar na prisão, e eles sofreram gravemente”, afirmou o presidente eleito.
Trump destacou que concederá o perdão presidencial apenas ao casos que não forem considerados violentos.