Assessor de Biden detalha sanções à Rússia e ameaça com mais pressão
“Esse é o começo da nossa resposta para o início de uma invasão”, disse o vice-conselheiro de segurança nacional do presidente Joe Biden
atualizado
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As sanções econômicas impostas à Rússia pelo governo dos Estados Unidos foram detalhadas na noite desta terça-feira (22/2) por Daleep Singh, vice-conselheiro de segurança nacional do presidente norte-americano, Joe Biden. Singh afirmou ainda que o país tem mais cartas na manga para o caso de as forças russas insistirem na invasão da Ucrânia.
“Este foi o começo de uma invasão e este é o início de nossa resposta. As ações de hoje foram apenas a primeira parcela. Se [o presidente russo Vladimir] Putin escalar ainda mais, vamos escalar ainda mais”, disse Singh em conferência de imprensa na Casa Branca, explicando melhor as medidas anunciadas horas antes por Biden.
As sanções consistem no bloqueio completo das transações de dois grandes bancos russos ligados ao governo local, o Promsvyazbank e o VEB, com países da Europa e com os EUA; o corte de novos financiamentos ao Fundo Soberano da Rússia e restrições de negócios para membros de famílias da elite econômica russa, também ligadas ao governo.
Junto à Alemanha, os EUA também garantiram o bloqueio de um gasoduto que custou aos russos US$ 11 bilhões, e liga a Rússia ao país europeu ocidental. Os americanos sinalizaram aos alemães que vão ajudá-los na questão energética, de modo a isolar a Rússia como provedora dessa commodity.
Uma sanção que era esperada por observadores de política internacional e que não foi imposta aos russos, mas é avaliada como estando nos planos, é a exclusão do sistema financeiro russo do sistema Swift, pelo qual instituições bancárias do mundo transferem valores umas às outras. Essa medida seria um problema grande também para quem faz negócios com empresas russas, o que tornaria essa sanção específica um problema global.
“Nenhuma instituição financeira russa estará à salvo se a invasão continuar”, indicou Daleep Singh (que aparece na imagem em destaque).
Ameaça militar
Os EUA não sinalizam com a intenção de responder militarmente à agressão russa contra a Ucrânia, mas o presidente Joe Biden autorizou o envio de mais tropas e equipamentos para áreas próximas e tem dito que irá reagir se algum país membro da aliança militar liderada pelo país, a Otan, for ameaçado.
“Os Estados Unidos vão defender cada milímetro do território da Otan. Achamos que Putin irá avançar ainda mais e irá atacar a Ucrânia. Temos a intenção de lutar contra a Rússia. Se a Rússia avançar, terá de arcar com as responsabilidades. Nós não seremos enganados”, disse Biden nesta terça.
Missão de “paz”
Na segunda-feira (21/2), no momento de maior escalada na tensão entre Rússia e Ucrânia, o presidente Putin anunciou o reconhecimento da independência de regiões do país vizinho onde há lutas separatistas: Donetsk e Luhansk. Em seguida, a Rússia enviou tropas a esses territórios, no que chamou de “missão de paz“.