Argentina: Justiça condena 10 à prisão perpétua por crimes na ditadura
Além dessas penas, a Justiça argentina condenou um ex-agente a 25 anos de reclusão. Outro foi absolvido das acusações
atualizado
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A Justiça argentina condenou, nessa terça-feira (26/3), 10 ex-agentes à prisão perpétua por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura. A decisão judicial encontrou mais de 400 crimes cometidos em três centros de detenção clandestinos na capital do país, Buenos Aires.
Além das condenações à prisão perpétua, uma pessoa recebeu pena de 25 anos de reclusão. Outra foi absolvida das acusações.
Essas condenações ocorreram dois dias após o aniversário do golpe de Estado, aplicado em 24 de março de 1976. Esse regime ditatorial na Argentina durou até 1983.
Crimes durante a ditadura
Até o momento, 1.184 pessoas foram condenadas em julgamentos por crimes durante a ditadura em 317 sentenças abertas na Argentina. Outros 62 casos seguem em andamento.
O julgamento desta terça durou quase quatro anos, pois começou a ser analisado em 2020, em plena pandemia de Covid-19. Nesse período, testemunhas e sobreviventes foram ouvidos. Contudo, alguns acusados morreram no decorrer do processo.
De acordo com o Tribunal Oral Federal (TOF) de La Plata, responsável pelo caso, os acusados cometeram os crimes de:
- Sequestro
- Desaparecimento forçado de perseguidos políticos
- Homicídio
- Tortura
- Estupro
- Roubo de crianças
- Abortos forçados
Ainda segundo a Corte, os crimes contra a humanidade ocorreram nos centros clandestinos de “Pozo de Banfield”, “Pozo de Quilmes”, “Brigada de San Justo” e “El Inferno de Lanús”, todos em Buenos Aires.
A maioria dos condenados cumpre prisão domiciliar. Para identificar se eles têm condições de ficarem em prisões, o tribunal determinou a realização de perícias médicas.
Veja os julgados:
- Federico Minicucci, ex-chefe do Regimento de Infantaria Mecanizada Nº 3 de La Tablada – prisão perpétua
- Guillermo Alberto Domínguez Matheu, ex-chefe de Atividades Psicológicas – prisão perpétua
- Carlos Gustavo Fontana, ex-capitão – prisão perpétua
- Jaime Lamont Smart, ex-ministro do governo de Buenos Aires durante a ditadura – prisão perpétua
- Jorge Héctor Di Pasquale – prisão perpétua
- Carlos María Romero Pavón – prisão perpétua
- Roberto Armando Balmaceda – prisão perpétua
- Juan Miguel Wolk – prisão perpétua
- Jorge Antonio Bergés – prisão perpétua
- Horacio Luis Castillo – prisão perpétua
- Alberto Julio Candioti, ex-chefe da Seção de Comando e Serviço – 25 anos de prisão
- Enrique Augusto Barre – absolvido