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Argentina denuncia novo cerco à embaixada em Caracas

Argentina afirma que houve fechamento das ruas em torno de embaixada em Caracas, que está sob proteção do Brasil

atualizado

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1 de 1 imagem colorida mostra embaixada argentina caracas venezuela - Metrópoles - Foto: Leonardo Fernandez Viloria/Getty Images

O governo da Argentina e membros da oposição à ditadura de Nicolás Maduro afirmaram, nesse sábado (23/11), que agentes voltaram a cercar a embaixada argentina em Caracas, na Venezuela, onde seis opositores estão asilados.

“A República Argentina condena os atos de assédio e intimidação contra as pessoas asiladas na embaixada argentina em Caracas, atualmente sob a proteção diplomática do Governo do Brasil”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Argentina em um comunicado publicado no X.

O governo de Javier Milei afirmou que o “envio de tropas armadas”, o “fechamento de ruas” ao redor da embaixada argentina na capital venezuelana e “outras manobras constituem uma perturbação da segurança que deve ser garantida à sede diplomática de acordo com o direito internacional, bem como àqueles que solicitaram asilo diplomático”.

Em seu comunicado, a Argentina faz “um apelo à comunidade internacional para que condene essas práticas e exija os salvo-condutos necessários para permitir a saída” do país dos seis opositores refugiados na sede diplomática desde março passado, depois que o Ministério Público venezuelano os acusou de vários crimes, como conspiração e traição.

O comunicado também agradece ao governo brasileiro por “representar os interesses da Argentina na Venezuela, assumindo a proteção das instalações diplomáticas, e por seus esforços para garantir a segurança dos solicitantes de asilo diante do assédio do regime venezuelano”.

Terceiro episódio de cerco

Pedro Urruchurtu, um dos solicitantes de asilo e coordenador internacional do Vente Venezuela (VV), partido liderado por María Corina Machado, afirmou, em publicação no X, que agentes “encapuzados” com “armas longas” da Diretoria de Ações Estratégicas e Táticas (DAET) da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) “cercam a sede diplomática e bloqueiam o acesso à rua”.

Este é o terceiro cerco denunciado por Urruchurtu fora da residência argentina, cuja proteção foi assumida em agosto passado pelo Brasil após a expulsão dos diplomatas argentinos da Venezuela naquele mesmo mês.

Além de Urruchurtu, também estão na embaixada argentina Magalli Meda, chefe da campanha presidencial, Claudia Macero, coordenadora de comunicações do VV, Omar González, ex-congressista, Humberto Villalobos, coordenador eleitoral do Comando de Campanha do VV, e o ex-ministro Fernando Martínez Mottola, assessor da opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD).

Faz quatro meses que o regime chavista declarou Nicolás Maduro como vencedor da última eleição, a despeito das acusações de fraude.

Diferentemente do que foi feito em outras eleições, autoridades eleitorais não divulgaram as atas de votação, o que permitiria auditar o resultado.

A oposição afirma ter vencido, com base em boletins coletados por conta própria em mais de 80% das urnas eletrônicas e divulgados na internet.

Desde então, autoridades venezuelanas têm cometido violações generalizadas de direitos humanos contra manifestantes, líderes da oposição e críticos ao processo eleitoral. Houve ao menos 25 mortes de opositores ao regime neste ano, de acordo com organizações que acompanham a situação.

Leia mais reportagens como essa na Deutsche Welle, parceira do Metrópoles.

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