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Arábia Saudita e outros cinco países cortam relações com o Catar

Governo qatari é acusado de trabalhar para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas

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1 de 1 catar bandeira - Foto: Reprodução/Flickr/Didrik Johnck

Cinco nações árabes — Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos (EAU), Iêmen e Líbia — cortaram todas as relações diplomáticas com o reino do Catar. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (5/6). Os governos haviam acusado a monarquia do Catar de trabalhar para promover a instabilidade na região, além de financiar grupos terroristas.

As tensões entre os países árabes têm ganhado força nos últimos meses, com crescentes acusações por parte da Arábia Saudita de que o governo de Doha apoiaria a instabilidade na região, além de promover uma aproximação indesejada com o Irã, força antagonista aos sauditas na região.

No último dia 27, o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, parabenizou o presidente iraniano Hasan Rouhani pela sua reeleição – o que foi visto como uma afronta.

Com isso, a monarquia da Arábia Saudita cortou relações, segundo comunicado em sua TV estatal, graças “ao apoio [do Catar] a diversos grupos sectários e terroristas focados em desestabilizar a região”.

O ministro de relações exteriores do Egito acusou o pequeno país no golfo pérsico, que será sede da Copa do Mundo de 2022, de promover uma “aproximação antagônica”, onde “todos os esforços feitos para parar o apoio do Catar a grupos terroristas falharam”. O ministro das relações exteriores do Catar respondeu que as medidas são “injustificadas e baseadas em alegações que não têm base nos fatos”.

Apesar de ainda não estar claro como essas medidas serão tomadas, a Arábia Saudita já anunciou que soldados do Catar deverão ser imediatamente retirados das tropas que estão em batalha no Iêmen.

Além disso, todos os cidadãos do Catar nessas cinco nações devem deixar os países em, no máximo, duas semanas (assim como visitantes desses países que estão no Catar); e as missões diplomáticas nesses países devem ser fechadas em ambos os sentidos – as embaixadas do Catar em Abu Dhabi (EAU) e em Manama (Bahrein) devem encerrar suas atividades até quarta-feira (7/6).

Os Estados Unidos (que mantém missões militares no Catar) já afirmaram que a crise não influenciará as missões mantidas pelo país na região.

“Não espero que isso tenha impacto significante, se é que terá impacto, na luta unificada luta contra o terrorismo, na região ou globalmente falando”, declarou o secretário de estado americano, Rex Tillerson, durante visita a cidade de Sydney, na Austrália. Outros países árabes, como o Paquistão, já anunciaram não ter intenções de cortar relações diplomáticas com o país.

As quatro nações árabes também planejam cortar o acesso terrestre (feito apenas pela fronteira com a Arábia Saudita) e o tráfego marítimo e aéreo com o Catar.

Impacto
O rompimento de relações gera uma crise na região, afeta o espaço aéreo e suspende voos. A principal companhia a sofrer o impacto é a Qatar Airways. A empresa possui voos com conexão em Doha. Apesar de não haver um pronunciamento oficial da companhia sobre possíveis cancelamentos, sabe-se que algumas rotas serão modificadas.

A Qatar Airways, por exemplo, não poderá voar sobre o espaço aéreo da Arábia Saudita e do Egito (basicamente a rota por onde passam grande parte dos voos da companhia para a Europa).

A movimentação é grande na internet e as companhias concorrentes já começam a se pronunciar sobre o assunto. Assim como a Emirates e a flyDubai, a Etihad Airways também informou que a partir desta terça (6) todos os voos de ou para Doha serão suspensos indefinidamente.

O impasse parece pegou o Catar de surpresa também porque o país sediará a Copa do Mundo de futebol em 2022. O governo local afirmou que “não existem justificativas legítimas” para o corte de relações diplomáticas e que a decisão é uma “violação de sua soberania”.

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