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Árabes e islâmicos protestam contra Trump e declaram três dias de ira

Protesto é primeiro passo que países árabes e islâmicos dão contra decisão americana de reconhecer Jerusalém como capital de Israel

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Mohammed Salem/REUTERS/agência estado
Palestinians burn an Israeli and a U.S. flag during a protest against the U.S. intention to move its embassy to Jerusalem and to recognize the city of Jerusalem as the capital of Israel, in Gaza City
1 de 1 Palestinians burn an Israeli and a U.S. flag during a protest against the U.S. intention to move its embassy to Jerusalem and to recognize the city of Jerusalem as the capital of Israel, in Gaza City - Foto: Mohammed Salem/REUTERS/agência estado

Centenas de manifestantes se concentraram nesta quarta-feira (6/12), em Gaza para protestar contra a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e queimaram fotos do americano e bandeiras de seu país.

As facções palestinas declararam três dias de ira a partir desta quarta (6), e o Hamas convocou uma jornada de violência para a sexta-feira (8/12), por isso há o temor por distúrbios em Jerusalém, na Cisjordânia e na fronteira com Gaza.

O Consulado Geral dos EUA em Jerusalém emitiu na terça (5) uma advertência de segurança que pede aos seus cidadãos que não entrem na Cidade Velha nem na Cisjordânia (incluindo Belém e Jericó) e restringiu as transferências de seus funcionários a essas zonas “só para questões essenciais e com medidas adicionais de segurança”.

“As manifestações com ira são um de uma série de passos que nós, os países árabes e islâmicos, vamos dar contra a decisão americana de tomar a cidade de Jerusalém”, declarou o líder do Hamas, Salah Bardawil, em um discurso durante o protesto.

O dirigente islamita considerou a decisão da Casa Branca como “muito perigosa para a causa palestina”, assim como “uma violação da doutrina, da nossa história, do nosso coração e da nossa alma”.

Bardawil também advertiu que a declaração do presidente dos EUA “levará a uma revolta popular e então a resistência fará queimar a terra e cortará as mãos de qualquer um que tentar estendê-las a Jerusalém e aos lugares sagrados”.

O líder da Jihad Islâmica, Khaled Batsh, por sua vez, afirmou que “o povo palestino, em casa e na diáspora, junto a todos os povos livres do mundo, rejeita a decisão americana tendenciosa em relação a Israel”.

Segundo ele, a medida de Trump “confirma o fracasso do processo de paz”, por isso pede aos países árabes e islâmicos que “respondam cortando os laços com os EUA e retirando o reconhecimento a Israel e aos Acordos de paz de Oslo assinados pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1993”.

Os manifestantes gritaram frases nacionalistas e em defesa da mesquita de Al Aqsa, situada na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, território palestino ocupado sobre o qual Israel estendeu em 1980 uma soberania que até agora não foi reconhecida por nenhum país.

Além disso, homens, mulheres e crianças reunidos na praça do Monumento aos Soldados Caídos com bandeiras palestinas e do movimento dos Comitês de Resistência Popular, queimaram várias bandeiras israelenses e americanas.

 

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