Após vídeo, Rússia acusa Ucrânia de matar soldados já rendidos; veja
Rússia acusou as forças ucranianas de executar um grupo de prisioneiros deitados no chão, enquanto Kiev defende legítima defesa
atualizado
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Vídeos que circulam nas redes sociais desde a semana passada, também divulgados por autoridades russas, iniciaram um debate sobre a atuação dos militares ucranianos no conflito contra a Rússia. A partir das imagens, o Kremlin acusou soldados de Kiev de cometer crimes de guerra contra pelo menos 10 homens rendidos do exército russo.
Segundo a imprensa internacional, a gravação capturou a atuação de militares ucranianos no sábado (12/11), na cidade de Makiivka, província na linha de frente na região de Luhansk. Os vídeos foram verificados por jornais ocidentais como o The New York Times e a BBC.
Moscou e Kiev acusaram um ao outro de cometer crimes de guerra no mesmo episódio — os russos defendendo que as forças da Ucrânia “atiraram impiedosamente em prisioneiros de guerra russos desarmados” e o comissário de direitos humanos da Ucrânia, Dmytro Lubinets, dizendo que soldados adversários abriram fogo durante o ato de se entregar, e que os soldados agiram em legítima defesa.
Segundo as imagens, um soldado ucraniano filma russos saindo de uma propriedade, se rendendo e deitando a cabeça voltada ao chão. Em ucraniano, um dos militares questiona se há mais alguém dentro da casa. Um homem então surge disparando contra o ucraniano, e o vídeo é interrompido.
Veja as imagens:
No mesmo local, imagens de drone de uma outra gravação capturaram os soldados russos já mortos, na mesma posição em que eles ficaram rendidos, com sangue na região da cabeça. Por isso, é possível interpretar que houve uma execução ou um movimento de conflito entre os dois lados após as cenas mostradas no primeiro vídeo.
Apesar de registrar cenas devastadoras de um cenário de guerra, as imagens não mostram como ou porque os soldados russos foram mortos. Sem garantias, elas abrem precedentes para serem usadas por ambos os lados na batalha on-line de narrativas, que se consolida desde o início do conflito no Leste Europeu.
O Kremlin reagiu à divulgação dos vídeos e acusou a Ucrânia de ter cometido crimes de guerra ao matarem soldados já rendidos. Nesta segunda-feira (21/11), o porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que cobrará a punição dos responsáveis junto às autoridades internacionais.
“A Rússia fará todo o possível no âmbito dos mecanismos internacionais a fim de chamar a atenção para este crime e chamar à ordem e à lei aqueles que possam estar envolvidos nele. E, é claro, a própria Rússia procurará por aqueles que cometeram este crime. Eles devem ser encontrados e punidos”, disse.
O Ministério da Defesa da Rússia abriu um procedimento criminal para apurar as circunstâncias dos supostos crimes.