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Após veto na ONU, embaixador ucraniano reage a russos: “Diabólicos”

Sergiy Kylslysya subiu o tom contra o representante russo, Vasily Nebenzya. “Sua visão da carta de paz da ONU é doente”, salientou

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Will Shutter/Câmara dos Deputados
embaixador ucraniano na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kylslysya
1 de 1 embaixador ucraniano na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kylslysya - Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados

Após a Rússia vetar a resolução que puniria a invasão à Ucrânia, o embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU), Sergiy Kylslysya, subiu o tom contra o o representante russo, Vasily Nebenzya. A reprimenda ocorreu minutos após a votação na noite desta sexta-feira (25/2).

“Sua visão da carta de paz da ONU é doente”, iniciou. O ucraniano ironizou: “Chamar tropas militares de ocupação de paz?”. E concluiu: “Vocês são diabólicos. Mostre respeito à instituição”.

Kylslysya aproveitou a oportunidade e agradeceu aos países do Ocidente e entidades internacionais pela ajuda humanitária e financiamento do país.

A Rússia foi alvo de duras críticas durante a reunião do Conselho de Segurança. Os embaixadores fizeram apelos ao presidente russo, Vladimir Putin, para a retirada das tropas.

A entidade reuniu seus países-membros para votar uma proposta de resolução que condenaria os russos e determinaria a retirada imediata das forças militares da Ucrânia. No entanto, a medida foi vetada, apesar de ter votos suficientes para aprovação.

Eram necessários ao menos nove votos para aprovar a resolução. O texto conseguiu o apoio de 11 nações — inclusive do Brasil. Contudo, a Rússia votou contra e vetou a medida. China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram.

O Conselho de Segurança é composto por 15 nações, sendo cinco permanentes. Por ser um dos membros permanentes, a Rússia tem poder de veto. Além disso, a nação de Putin exerce a presidência do órgão neste momento.

Medo em Kiev

O governo ucraniano espera bombardeios intensos durante a madrugada deste sábado (26/2), pelo horário de Brasília. O presidente do país, Volodymyr Zelensky, afirmou que Kiev, capital e centro do poder da Ucrânia, corre o risco de ser dominada pelos russos.

Na noite desta sexta-feira, em pronunciamento gravado, Zelensky fez um apelo: “Não podemos perder a capital”.

O presidente ucraniano disse que acredita que os conflitos irão se acentuar. “O destino do país será decidido agora. Esta noite será mais difícil do que o dia. Muitas cidades do nosso estado estão sob ataque. Chernihiv, Sumy, Kharkiv, nossos meninos e meninas em Donbass, as cidades do sul, atenção especial a Kiev”, ponderou.

Ele repetiu: “Esta noite será a mais difícil. O inimigo vai com tudo. Devemos resistir. A noite será muito difícil, mas o pôr do sol virá”.

Kiev sitiada

Tropas russas chegaram Kiev no início desta sexta. O prefeito determinou estado de defesa. O governo ucraniano iniciou uma operação de expulsão. Tanques foram colocados nas ruas.

A TV ucraniana exibiu à população tutoriais de como montar coquetéis molotov — tipo de arma química incendiária. Essa seria uma forma de deter os invasores russos. Além disso, o governo confirmou a distribuição de 18 mil fuzis para civis.

Na primeira declaração pública após sitiar a capital ucraniana, Kiev, o presidente Putin pediu que militares do país derrubem o presidente Volodymyr Zelensky e tomem o poder.

“Neonazistas estão fazendo todo o povo ucraniano de refém. Assumam o controle. É melhor do que trabalhar com essas pessoas que fizeram a Ucrânia refém”, frisou.

Explosões

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.

Ao longo da tarde, a violência voltou a aumentar. O prefeito da cidade, Vitali Klitschko, afirmou que ao menos cinco explosões foram ouvidas no local, o centro do poder ucraniano. Os disparos ocorreram em um espaço de 3 a 5 minutos.

“A situação agora, sem exagero, é ameaçadora para Kiev. À noite, perto da manhã, será muito difícil”, frisou Klitschko. Ainda de acordo com o prefeito, as explosões parecem vir de uma área próxima ao centro de distribuição de energia da cidade.

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