Após terremoto e tsunami, vulcão entra em erupção na Indonésia
Segundo o vulcanologista Kasbani, fenômeno pode ter relação com abalo sísmico de magnitude 7,5 registrado na sexta (28/9) no país
atualizado
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Um vulcão entrou em erupção nesta quarta-feira (3/10), na ilha de Sulawese, na Indonésia, a mesma região que registrou dois terremotos e um tsunami na semana passada. O monte Supotan expeliu uma coluna massiva de cinzas a mais de 6 mil metros no céu. Um alerta foi enviado ao tráfego aéreo na região, pois a cinza vulcânica é capaz de danificar motores de aeronaves. No entanto, nenhuma ordem para a população sair da região foi emitida.
Segundo o vulcanologista Kasbani, chefe da Agência de Vulcanologia e Geologia da Indonésia, é possível que a erupção tenha sido acelerada pelo terremoto de sexta (28/9), de magnitude 7,5. “O terremoto pode ter provocado a erupção, mas nós estávamos observando um aumento na atividade vulcânica desde julho, e havia aumentado mais ainda na segunda-feira. No entanto, ainda não podemos afirmar relação direta”, explicou.
Para o geólogo Danny Natawidjaja, do Instituto de Ciências da Indonésia, ainda não há dados suficientes para fazer a conexão entre os dois fenômenos. “A princípio, as ondas sísmicas do terremoto poderiam aumentar a pressão sobre a câmara magmática e poderiam causar uma erupção. Não sabemos ao certo.”
Ele citou o exemplo da erupção do Monte Talang, na província de Sumatra, em abril de 2005 que, segundo especialistas, estava conectado ao devastador terremoto e tsunami no Oceano Índico, em 2004.
Para o geofísico Nazli Ismail, da Universidade de Syiah Kuala, a erupção do Soputan não é surpresa, já que a Indonésia está localizada na região sismicamente ativa do Oceano Pacífico, chamada Anel de Fogo, e o Soputan é um dos mais ativos vulcões na ilha.
O porta-voz da agência nacional de desastres, Sutopo Nugroho, rejeitou as preocupações de que a erupção possa afetar os aviões responsáveis por transportar ajuda e suprimentos para as áreas afetadas pelo terremoto e tsunami.
Até o momento, os desastres causaram 1.407 mortes e, segundo autoridades, o número pode aumentar. Além disso, milhares de pessoas estão feridas e mais de 70 mil tiveram que fugir de suas casas.