1 de 1 Vassily Nebenzia, embaixador russo na ONU, defende o país das acusações feitas pela Ucrânia - Metrópoles
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A Rússia pediu formalmente para deixar o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A reação ocorre após Assembleia-Geral aprovar a suspensão do país como represália ao massacre em Bucha, na Ucrânia.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, anunciou a saída após a votação acachapante contra o país.
Nesta quinta-feira (7/4), a proposta apresentada pelos Estados Unidos, sob o argumento de “violações e abusos flagrantes e sistemáticos dos direitos humanos”, foi chancelada pelos embaixadores.
Ao todo, 93 países votaram pela suspensão da Rússia. O Brasil se absteve da votação, assim como outros 57 países.
No total, 24 nações se manifestaram contra – inclusive a Rússia e os países parceiros, como Belarus.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que desencadeou conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível grande guerra
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
O projeto de resolução menciona “graves preocupações sobre a crise humanitária e os direitos humanos na Ucrânia”, depois de relatórios sobre violações cometidas pela Rússia. Moscou desmente ter civis como alvo e de ter cometido execuções.
O Conselho de Direitos Humanos foi criado em 2006, e é composto por 47 Estados-Membros, eleitos pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Na história da ONU, só a Líbia foi suspensa do Conselho de Direitos Humanos, em 2011.
Tanto a Ucrânia quanto a Rússia atualmente são membros do conselho. O mandato russo expira em 2023.
Desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, a ONU condena a investida militar contra a Ucrânia, e defende a retirada das tropas de Vladimir Putin.
O massacre
A decisão ocorre após o mundo ficar assombrado com vídeos divulgados no domingo (3/4). Nas gravações, é possível ver cenas chocantes da tragédia na cidade de Bucha.