Após rápida abertura, turistas voltam a ser barrados em Israel
Surgimento da variante Ômicron fez país fechar as fronteiras novamente por ao menos duas semanas
atualizado
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Jerusalém – Depois de reabrir o país a turistas pela primeira vez desde o início da pandemia, Israel precisou recuar. Desde a meia-noite de domingo (28/11), estrangeiros estão proibidos de entrar no país sem uma autorização especial do Comitê de Exceções.
De acordo com o governo, as medidas de restrição devem durar pelo menos duas semanas, período em que empresas farmacêuticas como a Pfizer poderão saber se as vacinas contra o coronavírus funcionam para a nova variante, Ômicron. Os cientistas também correm atrás de outras informações sobre a mutação com o objetivo de compreender se é mais contagiosa e se causa mais complicações.
Entre as novas medidas de contenção do coronavírus estão a exigência de quarentena de 72 horas para viajantes israelenses vacinados que desembarcarem no país, com a obrigação de realizarem um novo teste no terceiro dia após a chegada; o isolamento em hotéis administrados pelo Estado para os israelenses vindos de países “vermelhos”, de alto risco, até que recebam um resultado negativo no teste de vírus; e a proibição aos viajantes que chegam do exterior de usar transportes públicos que passam pelo aeroporto.
A notícia pegou de surpresa o espanhol Vicente Pérez, que trabalha na área administrativa de uma empresa em Jerusalém e quer passar o Natal com a família na Espanha. Como ele não é cidadão israelense e tem visto de trabalho, está com receio de viajar e ser encaminhado para uma quarentena na volta.
“Meu maior medo é de que nos encaminhem para cumprir isolamento em um hotel controlado pelo exército de Israel. Isso vai nos gerar um estresse tão grande que não vai nos permitir descansar como deveríamos”, avalia. E admite que pode cancelar a viagem em família. “Se essas medidas continuarem até antes de viajarmos, acho que vamos desistir. Estamos muito cansados dos isolamentos e quarentenas”, desabafa.
Vacinação de crianças
Na tentativa de alcançar a chamada imunidade de rebanho, Israel começou, na última semana, a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. Como cerca de um terço da população de pouco mais de 9 milhões de pessoas tem menos de 17 anos, e 60% das infecções diárias atingem justamente esse grupo, o governo acredita que vacinar os pequenos vai ajudar a combater com maior eficácia o coronavírus.
Em um apelo à população, o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, pediu aos pais, por meio da mídia local, que levassem as crianças para que fossem vacinadas antes do feriado de Hanukkah, que começou na noite de domingo, a fim de evitar que a nova variante se espalhasse.
A gerente de marketing Maya German conseguiu garantir que os filhos Ouriel e Lia, de 7 e 10 anos, respectivamente, estivessem entre os primeiros a receber a imunização para a faixa etária. Ela diz que acredita muito nas vacinas e que não se preocupa com possíveis efeitos colaterais.
“Mais de 2 milhões de crianças já o fizeram e estão bem. Tenho certeza de que pegar corona é muito pior do que qualquer efeito colateral. Maya também acredita que esse é um passo importante para acabar com a propagação do vírus no país. “Somente quando toda a população receber a vacina, poderemos erradicar o vírus”, avalia.
Números
Os dados mais recentes do Ministério de Saúde de Israel mostram que 506 israelenses receberam diagnóstico positivo para Covid-19 no domingo. Atualmente, 122 estão em estado grave e 70 precisam de suporte de ventiladores para respirar.
O número de mortos no país até agora é 8.189.
Até o momento, pouco mais de 4 milhões de israelenses foram imunizados com três doses de vacina contra Covid-19, enquanto 5.774.318 receberam duas e 6.316.833, uma dose.